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UE lamenta que Maduro inicie novo mandato após eleições "não democráticas"

10/01/2019 16h18

Bruxelas, 10 jan (EFE).- A União Europeia (UE) lamentou nesta quinta-feira a posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato como presidente da Venezuela, depois de fazer "pouco caso" ao pedido para a realização de eleições democráticas, e ressaltou que isso afasta uma solução constitucional negociada.

"As eleições presidenciais realizadas em maio passado na Venezuela não foram nem livres nem justas. Os seus resultados careceram de credibilidade, já que o processo eleitoral não proporcionou as garantias necessárias para a realização de eleições integradoras e democráticas", disse a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em comunicado.

Para a UE isto afasta "ainda mais" a possibilidade de uma solução constitucional negociada, à medida que "segue se degradando a situação política, econômica e social" e "aumentam os estragos da crise sobre a estabilidade da região".

Segundo Mogherini, o bloco pede ainda que Maduro reconheça e respeite a função e a independência da Assembleia Nacional, "como instituição eleita democraticamente" e liberte todos os presos políticos.

A alta representante da UE para a Política Externa destacou também que a UE segue convencida "que a única saída duradoura à crise na Venezuela passa por uma solução política, democrática e pacífica".

Neste sentido, reiterou a vontade europeia de manter abertos os canais de comunicação, assim como seu compromisso no contexto da situação humanitária e da crise migratória que assola o país.

Nicolás Maduro tomou posse hoje de seu segundo mandato que o manterá no poder na Venezuela até 2025, em meio a acusações de ilegitimidade pela forma como conseguiu a reeleição.

A legitimidade do segundo mandato de Maduro foi questionada pela oposição venezuelana e vários governos estrangeiros, que não reconhecem os resultados das eleições de maio do ano passado, nas quais foi reeleito com cerca de 70% dos votos. EFE