Oposição venezuelana quer envolvimento da A.Latina para pressionar Maduro
Madri, 11 jan (EFE).- Vários opositores pediram nesta sexta-feira na Espanha que governos democráticos apoiem a Assembleia Nacional (AN) e o Tribunal Supremo como os "únicos poderes legítimos" da Venezuela e que a União Europeia (UE) e a América Latina pressionem a "ditadura" de Nicolás Maduro, sobretudo com "mais sanções" contra seus representantes.
Em entrevista coletiva em Madri, partidos e organizações civis pediram à comunidade internacional que não reconheça Maduro, que tomou posse nesta quinta-feira para um novo mandato presidencial de seis anos, pois consideram que o pleito de maio do ano passado foi um "processo eleitoral manipulado".
"A usurpação da Presidência terá efeitos trágicos tanto para a paz interna da República, como para o equilíbrio democrático e econômico em todo o continente e, por isso, deve ser repudiada energicamente", diz um comunicado conjunto do grupo, que foi lido pelo ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.
Diante do que denomina de "vazio de poder" porque "não há presidente eleito", a oposição propôs que o presidente da AN assuma provisoriamente o poder, segundo as previsões constitucionais, convoque eleições livres no prazo de 30 dias e que o governo de transição tenha o apoio das instâncias internacionais.
Além de Ledezma, participaram do ato o deputado da AN Ramón López, o ex-preso "político" Sergio Contreras, o ex-secretário da AN José Ignacio Guédez e representantes dos partidos espanhóis PP (centro-direita) e Ciudadanos (liberais).
O grupo pediu à comunidade internacional que ratifique o reconhecimento da AN e do Tribunal Supremo, "mantenha vigentes as sanções e também as aumentem", não apenas nos Estados Unidos, na Suíça e na UE, mas em toda a América Latina.
A Organização dos Estados Americanos (OEA), o Grupo de Lima, a União Europeia e os EUA negaram legitimidade ao novo mandato de Maduro ao não reconhecerem o resultado das eleições presidenciais.
Maduro foi reeleito com cerca de 70% dos votos, mas os principais dirigentes antichavistas não puderam concorrer no pleito, pois foram inabilitados politicamente.
Segundo a ONU, 3 milhões de venezuelanos saíram do país para fugir da profunda e prolongada crise econômica, política e social. EFE
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