Promotoria japonesa apresenta novas acusações formais contra Carlos Ghosn
Tóquio, 11 jan (EFE).- A promotoria de Tóquio acusou formalmente, nesta sexta-feira, o ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, de não declarar parte de sua renda acordada com a empresa e de violar a confiança da mesma, se somando a outras acusações.
A nova acusação formal foi apresentada no tribunal de Tóquio no mesmo dia em que expira o período de prisão provisória de Ghosn, que permanece detido em um centro penitenciário da capital japonesa desde o dia 19 de novembro do ano passado, e que ontem não compareceu ao interrogatório por estar com febre alta.
Por sua vez, a defesa de Ghosn anunciou que pedirá hoje a liberdade do empresário, mediante ao pagamento de fiança após o fim do prazo da prisão provisória determinada pela Justiça.
A primeira das novas acusações argumenta que Ghosn teria violado política corporativa do Japão de usar a Nissan Motor para cobrir uma gama de perdas financeiras pessoais durante a crise de 2008 e pelos pagamentos realizados a um empresário saudita, informou o tribunal.
A promotoria também acusa Ghosn, Nissan e Gregg Kelly, outro alto executivo da empresa, de não declararem parte das compensações recebidas pelo principal responsável da montadora entre março de 2015 e março de 2018, período que abrange os últimos três anos fiscais japoneses.
Isto se soma à acusação formal pelo mesmo crime no período compreendido entre março de 2011 e 2015, que já foi tramitada pelo tribunal de Tóquio, no mês passado.
As quantias supostamente não declaradas pelo empresário brasileiro às autoridades japonesas equivaleria cerca de 9 bilhões de ienes (aproximadamente US$ 83 milhões) durante oito anos, segundo a documentação apresentada pela promotoria. EFE
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