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Polícia estoura maior narcolaboratório de Sinaloa, no México

13/01/2019 10h01

Bernardo Sepúlveda.

Culiacán (México), 13 jan (EFE).- Policiais do estado de Sinaloa invadiram na última semana o maior narcolaboratório da região surpreendendo as pessoas que elaboravam cuidadosamente metanfetamina, uma das substâncias que sustenta o crime organizado no México.

A operação, de agentes da polícia estadual, acompanhada por um jornalista da Agência Efe, aconteceu durante a noite em um laboratório na cidade de Eldorado, a 63 quilômetros de Culiacán, capital de Sinaloa, e provocou a fuga de pelo menos 17 delinquentes que saíram correndo descalços na escuridão.

Para chegar ao laboratório clandestino, os agentes atravessaram vários campos de feijão e milho e algumas áreas de criação de gado, além de contornar as águas furiosas do rio San Lorenzo.

Durante o trajeto, uma das patrulhas ficou presa no rio e teve que ser resgatada com o apoio de um trator.

Uma vez dentro do laboratório, os agentes confirmaram a magnitude do que encontraram: uma gigantesca cozinha de metanfetamina.

Segundo a polícia, havia "cem bombonas de e 70 tambores metálicos de 50 litros com diversos produtos químicos, 50 tanques de gás, 50 sacos com uma substância granulosa branca".

Além disso, também havia 14 tinas de plástico, 19 panelas, 17 barracas, bombas de água, contêineres, baldes, refrigeradores e até uma máquina de lavar roupas.

Os produtos químicos soltavam um cheiro penetrante, quase insuportável. Um dos contêineres estava sem tampa já com a droga pronta.

Pouco depois, chegaram agentes da Secretaria da Marinha (Semar) com roupas camufladas. Eles inspecionaram a área e, seguindo o rastro de uma mangueira, chegaram a outro acampamento, ainda mais imponente, com uma sofisticada tecnologia de refrigeração para congelar a droga.

Para passarem despercebidos entre as árvores e a mata, os dois laboratórios clandestinos estavam cobertos com carpas de cor café e folhas de palmeira seca.

A produção total de ambos era de uma tonelada de anfetamina por semana.

Durante a inspeção no segundo laboratório, um dos agentes detectou uma anomalia no solo e, ao escavar na areia, encontrou dois contêineres vazios, que seriam para guardar a mercadoria de urgência quando os traficantes são alertados de uma batida.

Este pequeno golpe ao narcotráfico por parte das autoridades destaca os muitos narcolaboratórios que existem no México, centro de um conflito que amedronta a população pela violência que provoca.

Segundo dados da Secretaria da Defesa Nacional (Sedena), a Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), entre 2006 e 2015 foram desarticulados 1.323 narcolaboratórios no país.

A maior parte deles fica em selvas ou em áreas montanhosas, o que, além de dificultar o acesso para as forças de segurança, também gera altos níveis de poluição em zonas protegidas. EFE