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Colômbia e Chile querem criar organização para substituir Unasul

14/01/2019 15h52

Bogotá, 14 jan (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, informou nesta segunda-feira que avança ao lado do presidente do Chile, Sebastián Piñera, na criação de uma organização de integração para substituir a União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual anunciou sua retirada em agosto passado.

"Com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, estamos avançando nesse final da Unasul e na criação da Prosul, que mais do que uma organização burocrática e ao serviço de um governo particular, seria um mecanismo de coordenação sul-americana", disse Duque durante uma entrevista à emissora de rádio "Oye Cali".

O presidente colombiano explicou que esse bloco comunitário, cuja data de início de trabalho não especificou, terá foco no desenvolvimento de "políticas públicas" em defesa da democracia, na independência de poderes e na economia de mercados, assim como na inclusão de uma "agenda social com sustentabilidade e com devida aplicação".

Em 27 de agosto do ano passado, Duque anunciou que o governo da Colômbia notificou à Unasul sua decisão de se retirar do bloco ao considerar que este não denunciou "os tratamentos brutais" do Estado da Venezuela aos cidadãos do país.

"Estamos avançando nas conversas com vários presidentes da América Latina para que a Unasul chegue ao seu fim e se inicie a construção de um etapa muito mais ágil, menos burocrática, mais coordenada de cooperação", acrescentou hoje o chefe de Estado.

Além disso, Duque qualificou a criação da Prosul como "importante" porque é uma mostra de que a Colômbia não só defende a democracia, mas procura uma "maior coordenação para que termine a ditadura da Venezuela" e "construamos um melhor cenário de cooperação" dos países "comprometidos" com a defesa da democracia na região.

A criação desta organização faz parte do trabalho da Colômbia para cercar diplomaticamente a Venezuela, depois que o presidente Nicolás Maduro assumiu na última quinta-feira um novo mandato de seis anos.

A maior parte da comunidade internacional não reconhece esse mandato por ser produto de eleições que o Parlamento venezuelano, de maioria opositora, classifica de "fraudulentas".

Além disto, a Colômbia forma junto a outros 13 países o Grupo de Lima, que procura restabelecer a democracia na Venezuela e que, com exceção do México, não reconheceu o novo governo de Maduro. EFE