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Maduro anuncia aumento de 300% no salário mínimo na Venezuela

Maduro deu um ultimato ao Grupo de Lima, que teria 48 horas para reverter a decisão anunciada na sexta-feira e reconhecer seu governo - Getty Images
Maduro deu um ultimato ao Grupo de Lima, que teria 48 horas para reverter a decisão anunciada na sexta-feira e reconhecer seu governo Imagem: Getty Images

14/01/2019 20h20

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira (14) um aumento de 300% no salário mínimo, que passou de 4,5 mil para 18 mil bolívares, além de garantir que seu governo continuará a assumir o pagamento das relações de funcionários de empresas privadas para evitar que esta alta alimente a inflação.

"O salário mínimo nacional será de 18 mil bolívares soberanos para a classe trabalhadora da Venezuela", disse Maduro em discurso anual à nação, realizado na sede da Assembleia Nacional Constituinte, parlamento formado apenas por congressistas governistas e não reconhecido por vários países.

Com este aumento, o salário mínimo subiu US$ 5,22 para US$ 20,9, segundo a taxa oficial de câmbio, o que mantém os quase 4 milhões de trabalhadores que o recebem em situação de pobreza extrema pela classificação das Nações Unidas.

Maduro explicou que o novo valor estará em vigor a partir de terça-feira (15) e deve ser adotado de forma automática por todos os órgãos públicos. Além disso, indicou que o governo manterá o pagamento do diferencial dos funcionários em empresas privadas assim que elas solicitem o apoio do governo.

Segundo Maduro, a medida tem como objetivo tirar dos empresários a "desculpa" que reajuste do salário mínimo causa inflação. Para o presidente, o aumento é um "fator de correção" de seu plano econômico para tirar o país da crise iniciada em 2015.

O salário mínimo na Venezuela passou a ser calculado a partir do petro, uma moeda virtual criada por Maduro. O lastro da divisa se baseia em um dos blocos da Faixa Petrolífera de Orinoco, onde estão as maiores reservas de petróleo no planeta.

Maduro tomou posse na última quinta-feira para seu segundo mandato como presidente da Venezuela, mas diversos países, entre eles o Brasil, decidiram não reconhecer o governo por considerar que o líder chavista venceu uma eleição ilegítima.

Também hoje, Maduro decidiu elevar o valor do petro de 9 mil para 36 mil bolívares soberanos (cerca de US$ 41,75).

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Venezuela deve fechar 2019 com uma inflação de 10.000.000%, um dos principais símbolos da grave crise econômica enfrentada pelo país.