Votação do Brexit é histórica por motivos errados, diz partido norte-irlandês
Londres, 15 jan (EFE).- O Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, parceiro do governo britânico, afirmou nesta terça-feira que a votação que acontecerá hoje no Parlamento de Londres sobre o acordo do Brexit é um momento "histórico" para o Reino Unido, mas "por todos os motivos errados".
A líder do DUP, Arlene Foster, pediu à primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, que volte a Bruxelas para renegociar o pacto de saída estipulado com a União Europeia(UE) em dezembro, após lembrar que seu partido o rejeitará na Câmara dos Comuns.
A oposição à salvaguarda ("backstop" em inglês) sobre a fronteira irlandesa dos dez deputados unionistas em Westminster, que permitem a May governar em minoria, e de muitos deputados conservadores indica que a premiê perderá a votação.
"O dia de hoje será histórico, mas por todos os motivos errados. Nós nos oporemos à salvaguarda tóxica e votaremos contra o acordo de saída", escreveu hoje Arlene no Twitter.
O "backstop" estabelece que, se não houver um acordo comercial com a UE no final de 2020, todo o Reino Unido formaria uma união aduaneira, mas a Irlanda do Norte teria um status especial mais alinhado com o mercado único europeu, a fim de manter aberta a fronteira com o sul, fundamental para as duas economias e o processo de paz.
"As fronteiras do passado existiam por um motivo completamente diferente. Existiam para parar os terroristas, para evitar o trânsito de explosivos, não para controlar a passagem de leite em pó", declarou Arlene aos veículos de imprensa em Londres.
Segundo a dirigente unionista, o processo de paz eliminou a ameaça da violência paramilitar, por isso a salvaguarda, na sua opinião, só servirá para "separar" a província britânica da Grã-Bretanha (Escócia, País de Gales e Inglaterra).
"O que queremos que a primeira-ministra faça depois de hoje é que volte à UE e diga que a salvaguarda tem que desaparecer", ressaltou Arlene.
Bruxelas ofereceu a May ontem por carta "esclarecimentos" sobre essa cláusula de segurança para a fronteira, a fim de superar o trâmite parlamentar, mas o DUP os rejeitou imediatamente ao considerar que não são "legalmente vinculativos".
O partido nacionalista Sinn Féin, o segundo maior da Irlanda do Norte após o DUP e opositor ao Brexit, tem sete cadeiras na Câmara dos Comuns, mas devido à sua política abstencionista não votará na sessão desta terça-feira.
Sua líder, Mary Lou McDonald, ressaltou hoje que a salvaguarda não pode ser eliminada do acordo de saída nem "se diluir".
"Aconteça o que acontecer em Westminster, é essencial que os interesses irlandeses sejam protegidos. Que sejam protegidos a economia e todos os aspectos do acordo de paz de Belfast (1998)", acrescentou Mary. EFE
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