Damasco deve recuperar controle de territórios deixados pelos EUA, diz Lavrov
Moscou, 16 jan (EFE).- Os territórios deixados pelos Estados Unidos após a retirada de suas tropas da Síria devem ficar sob controle do Exército sírio, afirmou nesta quarta-feira o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em alusão à região norte do país árabe onde Washington e Ancara estudam o possível estabelecimento de uma "faixa de segurança" controlada pela Turquia.
"Estamos convencidos de que a única e melhor opção é a transferência desses territórios ao controle do Governo sírio, do Exército sírio e das administrações locais", disse Lavrov ao responder a uma pergunta sobre a Síria em sua entrevista coletiva anual para fazer balanço da atividade diplomática russa em 2018.
O chefe da diplomacia russa ressaltou também que as autoridades sírias devem criar "todas as condições necessárias" para a segurança da população curda que "vive de forma contínua" nos territórios do norte da Síria que serão abandonados pelas tropas americanas.
"Elogiamos e apoiamos os contatos iniciados entre representantes curdos e as autoridades sírias com o objetivo de acordar como restaurar a vida em um Estado único sem ingerência exterior", disse.
Segundo fontes oficiais sírias, o Governo de Damasco está negociando com as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança de milícias majoritariamente curdas que até agora recebia o apoio dos EUA, diante de uma possível ofensiva do Exército turco contra esses territórios.
Lavrov insistiu que a criação da zona "de segurança" é um assunto que deve ser tratado "no contexto de uma pronta recuperação do controle de Damasco sobre a totalidade de seu território".
A respeito, antecipou que a criação dessa faixa no norte do país árabe será um dos temas discutidos entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, durante a próxima reunião.
Erdogan anunciou na terça-feira que Washington confirmou seu plano de retirada da Síria e deixou "em mãos da Turquia" a luta contra o jihadista Estado Islâmico (EI), assim como a criação de uma zona de segurança de mais de 30 quilômetros de largura ao longo da fronteira entre a Turquia e a Síria (com várias populações curdas), que seria controlada por Ancara.
A medida obrigaria a milícia curda a se retirar de suas duas cidades mais importantes, Al-Qamishli e Kobani, na fronteira turca, e também da maior parte do território curdo densamente povoado no extremo nordeste da Síria. EFE
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