May supera voto de desconfiança na Câmara e continua como premiê britânica
Londres, 16 jan (EFE).- A primeira-ministra do Reino Unido, a conservadora Theresa May, superou nesta quarta-feira o voto de desconfiança apresentado contra seu governo no Parlamento pelo líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, e com isso continuará no cargo.
Com um placar de 325 votos a favor de sua permanência e 306 contra, May obteve a aprovação da maioria da Câmara dos Comuns um dia depois de perder por ampla margem a votação sobre o acordo do Brexit ao qual ela chegou com a União Europeia (UE).
Após conhecer o resultado, a primeira-ministra afirmou que continuará trabalhando para "cumprir a solene promessa" de materializar o resultado do referendo de junho de 2016, no qual os britânicos votaram a favor de deixar a UE.
"Temos a responsabilidade de identificar um caminho que nos permita obter o apoio desta Câmara", acrescentou a chefe de governo, que reiterou a intenção de conversar com as demais forças políticas para tentar encontrar um terreno comum.
A ala do Partido Conservador mais contrária à permanência na UE, assim como os aliados do Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte, apoiaram hoje que May continue à frente do governo. Ambos exigem que a premiê volte a negociar concessões com o bloco europeu sobre o mecanismo de salvaguarda que mantém a livre circulação na fronteira entre as duas Irlandas, apesar de a UE se mostrar contrária a debater o tema novamente.
A primeira-ministra conta com um prazo legal até a próxima segunda-feira para retornar ao Parlamento com um "plano B" em relação com ao Brexit. Caso não haja um acordo entre as partes para uma extensão do prazo de saída do Reino Unido do bloco, ela ocorrerá em 29 de março.
Durante o debate parlamentar sobre o voto de desconfiança, May argumentou que convocar agora eleições gerais seria "o pior que (o Reino Unido) poderia fazer".
"Aprofundaria as divisões, quando precisamos de unidade, traria caos, quando precisamos de certeza, e provocaria atrasos, quando devemos continuar avançando", declarou.
Corbyn, por sua vez, acusou a primeira-ministra de ter falhado "com o país" e exigiu que ela renuncie para abrir caminho para um novo pleito.
"Qualquer outro primeiro-ministro que sofresse uma derrota da escala que (May) sofreu ontem à noite teria renunciado, e este país poderia escolher o governo que deseja", disparou.
Porém, após perder a questão do voto de desconfiança, o próprio Corbyn fica sob pressão em seu próprio partido para para apoiar a convocação de um segundo referendo sobre o Brexit.
O trabalhista, que defendeu a necessidade de respeitar o resultado da consulta popular de 2016, na qual 51,9% dos eleitores optaram pela saída da UE, argumenta que só planejaria um novo referendo se seu objetivo de forçar eleições falhar. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.