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UE anuncia vai acelerar preparação para "brexit" sem acordo

16/01/2019 07h13

Estrasburgo (França), 16 jan (EFE).- O negociador europeu para o "brexit", Michel Barnier, afirmou nesta quarta-feira que a União Europeia acelerará sua preparação para um "brexit" sem um acordo, enquanto espera que o Reino Unido indique como quer proceder depois que seu Parlamento ter rejeitado ontem o acordo de saída.

"Nossa resolução é evitar esse cenário, mas também temos a responsabilidade de ser claros, e é por isso que vamos intensificar nossos esforços para nos preparar para essa eventualidade", disse Barnier, durante debate no plenário da Eurocâmara sobre o resultado do voto.

Ele insistiu que o acordo selado em novembro entre Bruxelas e Reino Unido governo britânico é o "melhor compromisso" possível e que, após o "claro" voto de ontem contra ele, cabe agora ao governo britânico indicar o próximo estágio.

A Câmara dos Comuns rejeitou ontem, por 432 votos contra e 202 a favor, o acordo para a saída do Reino Unido pactuado entre Londres e Bruxelas, apesar das garantias oferecidas pela UE sobre a solução de salvaguarda para a fronteira entre as duas Irlandas para facilitar a aprovação no Parlamento britânico.

Barnier afirmou que a "prioridade absoluta" da UE nas próximas semanas será conseguir uma saída ordenada do Reino Unido, mas ressaltou que faltando dez semanas para o dia 29 de março, prazo fixado para a retirada do país "o risco de 'nenhum acordo' nunca pareceu tão alto".

Por isso, afirmou, o trabalho de preparação para este cenário em que a Comissão, os Estados-Membros e o Parlamento Europeu trabalharam nos últimos meses será acelerado.

Isso será feito, disse ele, "em colaboração com todos os parceiros, que poderiam ser chamados em um curto período de tempo para adotar medidas urgentes neste cenário".

Além disso, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse que a UE tem que abordar a perspectiva de um "brexit sem acordo", com o objetivo de proteger os direitos dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido e os britânicos que vivem no resto da UE "que serão as primeiras vítimas de uma saída desordenada".

No entanto, ele afirmou que é necessário ver como o Parlamento britânico pretende proceder para encontrar uma solução "o mais breve possível". EFE