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Centenas de pessoas se manifeswtam para exigir cessar-fogo no Afeganistão

17/01/2019 12h01

Cabul, 17 jan (EFE).- Centenas de manifestantes saíram nesta quinta-feira às ruas da cidade de Jalalabad e de outros pontos do leste do Afeganistão para exigir ao Governo e aos talibãs que anunciem "imediatamente" um cessar-fogo antes de iniciar conversas de paz.

Equipados com cartazes como "Queremos um cessar-fogo, queremos paz", os manifestantes percorreram os dois quilômetros que separam os quartéis da polícia da província de Nangarhar, que tem Jalalabad como capital, da residência oficial do governador, afirmou à Agência Efe o organizador do protesto, Farhad Adil, de 38 anos.

Os cidadãos, limitados segundo o convocante a algumas centenas por razões de segurança, exigiram a cessação das hostilidades para ambas as partes: tantos os bombardeios do Governo em áreas rurais "que causam baixas civis" como os "ataques suicidas diários" nas cidades dos insurgentes.

"O Governo e os talibãs devem parar com os ataques mortais, anunciar um cessar-fogo de um ano antes das conversas de paz sérias. Então, não importará quanto tempo irá durar o processo de paz", disse Adil.

"O povo está cansado do banho de sangue", disse à Agência Efe um dos manifestantes, Abdullah Rahmani, de 21 anos.

Protestos similares aconteceram na província de Kandahar (sul) e em Khost (sudeste), onde centenas de pessoas saíram às ruas para reivindicar um alto fogo, afirmou Bismillah Watandost, um porta-voz da associação convocante Movimento Popular para a Paz (PPM, em inglês).

A PPM foi conhecida em meados do ano passado quando organizou uma passeata pela paz desde a província sulina de Helmand até Cabul para impulsionar os diálogos entre Governo e talibãs.

Nos últimos meses, os insurgentes mantiveram reuniões com autoridades de vários países, entre eles os Estados Unidos.

Duas rodadas de conversas preliminares foram realizadas no Catar em outubro e novembro, e uma última nos Emirados Árabes Unidos entre os talibãs e uma delegação americana, na presença do Paquistão, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

No entanto, os insurgentes se negaram a se reunir com os enviados do Governo afegão e nesta semana advertiram aos EUA que poderiam paralisar as conversas. EFE