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Presidente do Gabão volta ao Marrocos após ficar menos de um dia em seu país

17/01/2019 08h57

Libreville, 17 jan (EFE).- O presidente do Gabão, Ali Bongo, cujo país sofreu uma tentativa de golpe de Estado na semana passada, passou apenas algumas horas desta terça-feira nessa nação africana e retornou no mesmo dia ao Marrocos, onde estava se recuperando de uma doença, informaram nesta quina-feira meios de comunicação locais.

Bongo chegou ao Gabão na terça-feira de madrugada para presidir o juramento dos ministros do seu novo governo, como determina a Constituição, mas ao final da tarde retornou a Rabat, segundo confirmou o portal info241.

O presidente gabonês estava no Marrocos se recuperando há várias semanas de uma "fadiga severa" pela qual foi hospitalizado no último dia 24 de outubro na Arábia Saudita, segundo informou então a presidência, apesar de diversos meios de comunicação terem assegurado depois que teria sofrido um derrame.

Bongo, de 59 anos, foi o encarregado de tomar o juramento no Palácio Presidencial de Libreville do gabinete liderado pelo novo primeiro-ministro gabonês, Julien Nkoghe Bekale, que ele mesmo nomeou de seu retiro marroquino no final de semana passado.

A cerimônia de apenas 45 minutos aconteceu a portas fechadas sem a presença de imprensa e nela "o presidente não pronunciou mais que algumas frases curtas de abertura e encerramento", prostrado em uma cadeira de rodas, segundo afirmou o info241.

Imediatamente depois desta cerimônia, o presidente deixou o país para retomar seu "exílio médico" no Marrocos, onde tem o apoio do rei Mohammed VI, um velho amigo seu.

O presidente voltou ao Gabão uma semana depois da tentativa de golpe de Estado cometido no dia 7 de janeiro por um grupo de militares, vestidos com as boinas verdes da Guarda Presidencial, que tomaram a radiotelevisão pública estatal e anunciaram o estabelecimento de um "conselho nacional da restauração" a fim de "salvar do caos" o país africano.

Dez pessoas participaram do levante, frustrado pela polícia e condenado pela comunidade internacional, das quais oito foram detidas e postas à disposição da Justiça e duas abatidas durante uma operação das forças de segurança.

Pouco se sabe de Bongo desde que sua convalescença se tornou pública, já que só apareceu em público no dia 31 de dezembro em uma breve mensagem de Ano Novo televisionada e dirigida à nação que, longe de tranquilizar, aguçou as dúvidas sobre sua capacidade para seguir na chefia do Estado.

A família Bongo governou esta pequena nação petrolífera da África equatorial - com pouco mais de dois milhões de habitantes - durante mais de cinco décadas, depois que Ali Bongo sucedeu seu pai em 2009. EFE