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Quênia pede ao NYT que retire fotos de ataque de Nairóbi e se desculpe

17/01/2019 13h52

Nairóbi, 17 jan (EFE).- O Governo do Quênia pediu nesta quinta-feira ao jornal "The New York Times" que retire, em menos de 24 horas, mas "imagens insensíveis" das vítimas do ataque terrorista cometido na terça-feira em Nairóbi, e que se desculpe de maneira "incondicional".

O Conselho de Veículos de imprensa do Quênia, ente governamental encarregado de regular a indústria midiática no país, denunciou hoje em comunicado que as imagens "glorificam o êxito dos atos terroristas" e que não respeitam as vítimas e seus parentes.

"É realmente espantoso que, apesar de ter coberto vários ataques deste tipo na Europa, Ásia e EUA, esta seja a primeira vez que o jornal decidiu publicar primeiros planos de vítimas crivadas a tiros", afirma o comunicado.

Em 15 de janeiro, quando o grupo jihadista somalí Al Shabab atentou contra um complexo hoteleiro em Nairóbi - que deixou pelo menos 21 mortos -, o NYT divulgou fotos nas quais era possível ver corpos sem vida ao lado das mesas de um restaurante.

Diante das críticas e controvérsia gerada também nas redes sociais no Quênia, o próprio jornal justificou sua decisão se baseando na necessidade de "dar uma imagem clara do horror" por trás de um ataque terrorista.

"Isto inclui mostrar imagens que não são sensacionais, mas que dão um sentido real da situação", defendeu o NYT em comunicado, no qual acrescenta que sempre dá "o mesmo enfoque", independentemente do lugar no qual ocorrem estes fatos.

Caso o NYT não elimine as fotografias em 24 horas e peça perdão, o Conselho de Veículos de imprensa afirmou hoje que tomará ações contra o jornal, como a suspensão do credenciamento dos jornalistas que estão no Quênia, entre outras. EFE