Turquia pede aos EUA que não mudem planos de retirada após ataque em Manbij
Ancara, 17 jan (EFE).- O governo da Turquia voltou a pedir nesta quinta-feira aos Estados Unidos que não modifiquem seus planos de retirar suas tropas da Síria, após o atentado jihadista da quarta-feira que deixou 19 mortos, entre eles quatro americanos, na cidade de Manbij, no norte sírio.
"Houve terrorismo na Síria desde o princípio. As organizações terroristas não devem influenciar na nossa determinação", disse o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já havia advertido ontem que, se o atentado em Manbij fizer com que os EUA cancelem a retirada das tropas, isso representaria uma vitória para o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria do ataque.
Cavusoglu também se referiu aos planos de criar uma "faixa de segurança" de 30 quilômetros de extensão em solo sírio ao longo da fronteira com a Turquia e disse que Washington e Ancara estão negociando a esse respeito.
"A zona de segurança à qual se referiu (o presidente americano, Donald) Trump é algo sobre o que o presidente Erdogan vem falando desde o começo da crise na Síria", ressaltou o ministro.
Segundo Cavusoglu, criar essa zona no norte da Síria é muito importante para a estabilidade do país, para que os sírios que fugiram da guerra retornem para casa e para lutar contra o terrorismo.
Diferentes analistas turcos consideram que enquanto a Turquia vê essa faixa como uma oportunidade de expulsar da sua fronteira as milícias curdas, às quais acusa de terrorismo, Washington a interpreta como uma forma de proteger essas mesmas forças, aliadas dos EUA contra os jihadistas, precisamente dos ataques turcos.
A medida obrigaria a milícia curda a retirar-se de suas duas cidades mais importantes, Qamishli e Kobani, na fronteira turca, e também da maior parte do território curdo densamente povoado no nordeste sírio, e a principal legenda política curdo-síria, o Partido da União Democrática (PYD), declarou que uma "faixa de segurança" controlada pelas forças turcas seria "um genocídio contra o povo curdo" e que "não pensam em aceitá-la". EFE
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