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Canadá ignora ameaças chinesas sobre inclusão da Huawei em criação de rede 5G

18/01/2019 17h00

Toronto, 18 jan (EFE).- O governo do Canadá afirmou nesta sexta-feira que tomará decisões sobre a instalação da rede de telefonia 5G do país levando em consideração apenas os interesses nacionais, sem admitir ingerências externas.

As declarações foram uma resposta às afirmações feitas ontem pelo embaixador da China no Canadá, que fez uma ameaça velada ao governo do país caso a Huawei fosse excluída do processo.

O ministro de Segurança Pública, Ralph Goodale, disse hoje que o governo local decidirá se inclui ou não a Huawei no processo depois de analisar se há implicações para a segurança do país. "Faremos o que for correto para o Canadá", afirmou.

Os principais aliados do Canadá no setor de inteligência - Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia - decidiram excluir os equipamentos da Huawei de suas redes 5G por motivos de segurança. A acusação é de que a empresa repassaria informações coletadas nesses países para o governo da China.

Mas o Canadá ainda não definiu se a empresa chinesa poderá participar da instalação da próxima geração da rede de telefonia celular do país.

Ontem, o embaixador chinês no Canadá, Lu Shaye, alertou que poderia haver "represálias" se o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau excluísse a Huawei da disputa do contrato da rede 5G.

Canadá e China estão envolvidos em uma crescente crise diplomática que começou no dia 1º de dezembro de 2018, quando a Polícia de Toronto prendeu a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido do governo dos Estados Unidos.

Os EUA querem a extradição de Meng para acusá-la de fraude. Segundo o governo americano, ela atuou para contornar as sanções impostas pela Casa Branca ao Irã.

Após a detenção de Meng, a China prendeu dois cidadãos canadeses, Michael Kovrig e Michael Spavor, por eles supostamente representarem uma ameaça à segurança nacional chinesa. EFE