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Colômbia insiste que Cuba entregue negociadores do ELN para fazer justiça

19/01/2019 17h14

Bogotá, 19 jan (EFE).- O presidente da Colômbia, Iván Duque, pediu neste sábado para que Cuba entregue os dez membros do ELN que integram a delegação de paz na ilha depois de ordenar o levantamento da suspensão das ordens de captura contra os mesmos após o ataque terrorista em Bogotá que deixou 20 cadetes mortos e 68 feridos.

"Eu quero deixar claro e fazer um pedido respeitoso a esse governo (o de Cuba). O que foi apresentado esta semana não é uma diferença, não é a ruptura de nenhum diálogo, porque nós não tínhamos feito presença nessa mesa esperando que (os guerrilheiros) libertassem os sequestrados e cessassem os ataques terroristas", disse Duque em resposta a um pronunciamento do Ministério das Relações Exteriores cubano.

Assim, Duque reiterou que pediu "a esse governo (o de Cuba) que entregue esses criminosos para que a justiça seja feita".

Duque anunciou na noite de sexta-feira a reativação dos mandados de captura contra os negociadores de paz da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) pelo atentado terrorista de quinta-feira em Bogotá e pediu a Cuba, sede dos diálogos, que as efetive.

"Isso significa a terminação imediata de todos os benefícios concedidos a eles no passado pelo Estado e a ativação das circulares vermelhas da Interpol", explicou o chefe de Estado em mensagem em rede nacional.

Hoje, durante a "Oficina Construindo País" realizada em Fresno, no departamento do Tolima, o governante disse que conheceu esta manhã "um pronunciamento da Chancelaria cubana no qual dizem que vão ativar os protocolos de ruptura que tinham sido definidos anteriormente com outro governo".

"Cuba atuará em estrito respeito aos Protocolos do Diálogo de Paz assinados entre o governo e o ELN, incluindo o Protocolo em Caso de Ruptura da Negociação. Está em consulta com as partes e outros fiadores", escreveu o chanceler Bruno Rodríguez no Twitter.

As negociações de paz com o ELN foram iniciadas pelo governo colombiano anterior, de Juan Manuel Santos, em fevereiro de 2017 em Quito. Em maio do ano passado, foram transferidas para Havana, onde a última rodada de diálogos terminou em 3 de agosto, quatro dias antes da posse de Duque como presidente.

Em referência ao que foi manifestado por Cuba, Duque esclareceu neste sábado que "o que aconteceu (o atentado terrorista) não foi uma diferença de opinião, mas um ato criminoso violador dos direitos humanos". EFE