Parentes de vítimas denunciam omissão do Exército em explosão no México
Tlahuelilpan (México), 19 jan (EFE).- Familiares das vítimas da explosão de um oleoduto da Pemex na região central do México denunciaram neste sábado a omissão do Exército em evitar a tragédia e criticaram o trabalho das autoridades locais na identificação dos corpos depois que as chamas foram controladas pelos bombeiros.
Silvia Trejo, moradora do município de Tlahuelilpan, disse à Agência Efe que um grupo de militares observou, sem intervir, várias pessoas com galões e baldes nas mãos tentando pegar o combustível que vazou do oleoduto pouco antes da explosão.
"Eles deveriam ter detido a multidão quando as pessoas começaram a chegar. Era o trabalho deles", avaliou Silvia, que ainda aguarda notícias de seu sobrinho, que estava no local na hora da explosão.
A falta de ação dos militares causou perplexidade à testemunha. Para ela, eles poderiam ter evitado a catástrofe que deixou 67 pessoas mortas e 75 feridas, de acordo com o último balanço oficial.
Outra moradora da cidade, Guadalupe López, que também não tem notícias de um parente que estava no local na hora da explosão, também denunciou a omissão do Exército.
"Havia só três carros do Exército e eles não faziam nada. Deixavam que as pessoas entrassem, não havia um plano de contingência para impedir que eles passassem", criticou.
O titular da Secretaria de Defesa Nacional (Sedena), Luis Cresencio, ressaltou em entrevista coletiva que os militares tentaram convencer os moradores a não se aproximar do oleoduto. No entanto, segundo ele, algumas pessoas "fizeram pouco caso" em relação ao alerta ou "se tornaram agressivos".
Além da crítica à atuação dos militares, vários familiares que acompanharam o trabalho do Corpo de Bombeiros depois da explosão revelaram que um grupo de escavadeiras chegou ao local pouco depois do fogo ser controlado e jogou terra sobre os corpos das vítimas.
Isso enfureceu os presentes, que tentaram protestar para impedir a ação que atrapalharia a identificação dos corpos. Eles acabaram entrando em conflito com as autoridades no local.
"O vazamento estava lá, chegaram máquinas para tapar a fundação, mas as pessoas se opuseram porque acreditávamos que ainda havia corpos ali", contou López em entrevista à Efe.
"Havia pessoas lá e enterraram-nas", garantiu Alfredo Guillermo Sierra, outra das testemunhas.
A situação voltou a se repetir na manhã deste sábado, segundo familiares ouvidos pela Efe. No entanto, desta vez, eles conseguiram impedir o trabalho das escavadeiras.
A explosão ocorreu em um momento em que o novo governo do México tenta conter o roubo indiscriminado de combustível dos oleodutos que pertencem à empresa estatal Pemex.
Desde que chegou ao poder em dezembro, o presidente do país, Andrés Manuel López Obrador, determinou que a companhia passasse a usar caminhões-tanque na distribuição da gasolina pelo território nacional e ordenou que houvesse uma maior vigilância sobre os oleodutos.
No entanto, o reforço no número de agentes não foi capaz de evitar a tragédia ocorrida na noite de sexta-feira. EFE
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