Milhares de congoleses comemoram vitória de Tshisekedi como presidente

Kinshasa, 20 jan (EFE).- Milhares de simpatizantes do partido opositor a União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS) saíram neste domingo às ruas de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo, para comemorar a confirmação de Félix Tshisekedi como presidente do país africano.

"Me comprometo durante esta campanha com a reconciliação dos congoleses entre si e dos congoleses com o Congo", declarou Tshisekedi na madrugada deste domingo, momentos depois de saber que o Tribunal Constitucional do país tinha aprovado os resultados eleitorais que lhe deram a vitória no pleito presidencial.

"Amanhã, o Congo que formaremos não será um Congo de ódio, tribalismo e divisão. Será um Congo reconciliado, um Congo fortemente orientado para o seu desenvolvimento", concluiu Tshisekedi.

Vários militantes, vindos de diversos pontos da capital, se reuniram hoje em frente à sede da UDPS, no reduto opositor de Limete.

"É a vitória da verdade. Esperávamos por isto há anos", explicou à Agência Efe o congolês Cyril Tshibuyi nas proximidades da sede do partido. "O povo venceu e (isto) representará uma verdadeira reconstrução do país", acrescentou.

Em um anúncio esperado, o Tribunal Constitucional da República Democrática do Congo ratificou hoje os resultados provisórios divulgados pela Comissão Eleitoral Independente (CENI), segundo os quais Tshisekedi ganhou as eleições de 30 de dezembro com 38,57% dos votos, seguido do também opositor Martin Fayulu, com 34,86%.

Fayulu, por sua vez, qualificou de "golpe" a sentença do Tribunal Constitucional e pediu tanto aos congoleses como à comunidade internacional que não concedam legitimidade a Tshisekedi, e pediu a mobilização pacífica de seus correligionários.

A vitória de Tshisekedi encerra dois anos de adiamentos e incerteza, desde que o presidente Joseph Kabila - no poder há 18 anos - concluiu por lei o seu segundo e último mandato eleitoral em dezembro de 2016 e tentou se manter no poder desde então. EFE