Topo

Pence ressalta que prorrogação de amparos migratórios seria só "temporária"

20/01/2019 14h50

Washington, 20 jan (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, enfatizou neste domingo que seria apenas temporária, e não permanente, a prorrogação proposta pelo presidente Donald Trump para os programas migratórios que afetam, entre outros, os chamados "sonhadores".

"Não é uma anistia, nem um caminho para a cidadania americana", disse Pence em trecho antecipado de uma entrevista à emissora "Fox News" que será exibida mais tarde.

Trump ofereceu aos democratas o prolongamento de duas proteções migratórias canceladas por ele mesmo, o programa de Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca) e o Status de Proteção Temporário (TPS), em troca de financiamento para o muro na fronteira com o México.

A disputa entre Trump e os democratas sobre os fundos para o muro ocasionou a paralisação parcial do governo federal, que hoje completa 30 dias.

Pence destacou que os democratas tinham sugerido uma prorrogação do Daca e do TPS de três anos renováveis, e afirmou que "o presidente aceitou três anos de alívio temporário".

"É hora de Senado e Congresso votarem para garantirem a segurança na fronteira", comentou Pence, que insistiu que o que Trump está pedindo aos democratas são US$ 5,7 bilhões para construir o muro.

Pence ressaltou que o Senado, de maioria republicana, votará na próxima terça-feira a proposta do presidente. A líder da maioria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, rejeitou a iniciativa e pediu uma solução permanente para os incluídos no Daca e no TPS.

O caso do DACA está nas mãos da Suprema Corte, de maioria conservadora, que deve decidir sobre o futuro de 700 mil "sonhadores", como são conhecidos aos beneficiados pelo programa criado em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama e que regulariza, de maneira temporária, os jovens imigrantes ilegais que chegaram ao país na infância.

Nos seus tempos de candidato, Trump prometeu abolir o programa e, finalmente, em setembro de 2017, o então procurador-geral do atual governo, Jeff Sessions, anunciou o fim do Daca.

Quatro meses depois, um juiz federal da Califórnia ordenou que o programa fosse mantido, o que foi seguido de decisões judiciais similares e levou o governo a pedir a intervenção do Supremo.

O TPS dá amparo a mais de 430 mil imigrantes, dos quais 350 mil são centro-americanos, e é concede a cidadãos de países afetados por guerras ou desastres naturais. Esse programa foi cancelado por Trump no caso de alguns países e também é alvo de batalhas na Justiça. EFE