Colômbia reforça pedido para que Cuba entregue representantes do ELN
Bogotá, 21 jan (EFE).- O governo da Colômbia respondeu a Cuba nesta segunda-feira que "não há protocolo que ampare o terrorismo" e reforçou o pedido para que o país entregue os representantes do ELN na delegação de paz, após a guerrilha ter assumido a autoria do atentado contra uma escola de cadetes em Bogotá que deixou 20 mortos.
"O governo (colombiano) insistirá na entrega imediata dos integrantes da delegação do ELN que estão em Cuba, e há uma razão profunda para isso: o ELN, como organização, reconhece a sua autoria (do ataque terrorista) e deve ser responsabilizado", disse em entrevista coletiva o alto comissário de Paz, Miguel Ceballos.
O atentado da quinta-feira passada contra a Escola de Cadetes da Polícia colombiana em Bogotá, que deixou 20 mortos, mais o agressor, e 68 feridos, foi assumido hoje pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) em texto divulgado no site da guerrilha.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, ordenou na sexta-feira passada a reativação das ordens de captura contra dez integrantes do ELN que integravam a delegação da guerrilha em Cuba, sede das negociações. No sábado, o governo cubano ativou os protocolos diplomáticos.
"Cuba atuará em estrito respeito aos Protocolos do Diálogo de Paz assinados entre o governo e o ELN, incluindo o Protocolo em Caso de Ruptura da Negociação. Está em negociação com as partes e outros fiadores", informou pelo Twitter o chanceler cubano Bruno Rodríguez.
De acordo com Ceballos, "esses protocolos eram destinados a procedimentos logísticos, mas uma vez os diálogos foram rompidos e jamais retomados (pelo governo colombiano)". Desde o início do mandato como presidente, Duque exigiu que o ELN libertasse todos os sequestrados e abandonasse toda atividade criminosa.
"Nós, como governo, não podemos permitir que se aplique um protocolo para que alguns retornem às suas unidades na Colômbia e entrem na floresta para se esconderem da Justiça. Não há razão jurídica, não há razão política, não há razão ética (que justifique a proteção aos membros do ELN)", afirmou o comissário de Paz.
O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo García, que também participou da entrevista coletiva realizada na Casa de Nariño, disse que Cuba tem a obrigação de entregar os representantes do ELN que estão no território cubano.
"O governo de Cuba tem a obrigação internacional de efetivar as ordens de captura, apreender os integrantes desse grupo terrorista e colocá-los à disposição das autoridades", opinou o chanceler. Nesse ponto, o comissário de paz garantiu que o governo de Cuba "nunca se negou à entrega".
Em seguida, Trujillo disse que a meta "é a ação conjunta de dois Estados que têm compromissos internacionais na luta contra o terrorismo".
"Em 1932, Cuba e Colômbia assinaram um tratado de extradição, que está vigente, portanto vamos recorrer a todos os instrumentos que o Estado colombiano tem para que estas pessoas sejam entregues da maneira mais rápida à Justiça colombiana", lembrou o chanceler.
Pouco antes da entrevista coletiva, o governo cubano declarou que "jamais permitiu nem permitirá que o seu território seja usado para a organização de atos terroristas".
Com relação ao impacto que esta situação pode ter nas relações com o governo cubano, o chanceler colombiano disse que "a relação com Cuba neste caso específico é vista como uma relação de cooperação entre dois Estados e países que estão comprometidos a combater o terrorismo com eficácia". EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.