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Filial da Al Qaeda assume ataque a forças do Chade por aproximação com Israel

21/01/2019 10h22

Rabat, 21 jan (EFE).- O grupo jihadista Jama'at Nasr al-Islam wal Muslimin, filial da Al Qaeda na região africana do Sahel, reivindicou o atentado de ontem no Mali contra a Minusma, a Missão da Organização das Nações Unidas neste país, e que causou a morte de pelo menos dez soldados chadianos.

O ataque foi uma resposta à aproximação política entre os governos do Chade e de Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, realizou uma visita histórica à capital Djamena no mesmo dia, afirmou a organização terrorista em comunicado.

Conforme a nota, os autores da ação primeiro fecharam as entradas da cidade de Aguelhok, no norte do país, e depois entraram em diferentes partes de um acampamento das forças da Minusma. De acordo com o grupo, 30 soldados chadianos morreram ou ficaram feridos no ataque - segundo a ONU, foram dez os mortos e 25 os feridos.

"No mesmo momento em que o presidente do Chade, Idriss Déby, recebia o presidente do governo do 'estadinho' dos judeus, Netanyahu, seus soldados recebiam as balas dos combatentes do Jama'at Nasr al-Islam wal Muslimin", diz o texto.

No comunicado, o grupo lembrou que o atentado é uma resposta da direção da Al Qaeda, que pediu para que os planos de normalização política com Israel fossem frustrados e disse que os todos os seus esforços para acabar com os planos dos Estados Unidos, da França e de Israel para "penetrar" na África serão intensificados.

De todas as missões de paz da ONU no mundo, a Minusma é a que mais registra mortes desde a criação, em 2012. No ano passado, 21 boinas azuis foram assassinados.

Além da Minusma, os diferentes grupos terroristas do país atacam com frequência às forças armadas. O Mali é palco ainda de crescentes tensões étnicas e conflitos pelo controle da terra. EFE