Rússia diz que não reconhecerá saída unilateral dos EUA do tratado INF
Moscou, 21 jan (EFE).- A Rússia advertiu nesta segunda-feira que não reconhecerá a saída unilateral dos Estados Unidos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, sigla em inglês), o primeiro acordo de desarmamento nuclear da Guerra Fria.
"Não reconheceremos a decisão unilateral dos Estados Unidos sobre a suspensão do tratado. A consideramos insignificante do ponto de vista jurídico", disse à imprensa local o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov.
Ele ressaltou que a solução para as atuais divergências sobre o tratado deve ser debatida entre as duas partes "na mesa de negociações".
A Rússia considera "inadmissível" tanto o ultimato de 60 dias que recebeu dos Estados Unidos para cumprir o INF quanto o pedido para que destrua o míssil de cruzeiro russo Novator 9M729 (SSC-8, na classificação da Otan), que o governo americano considera que viola o acordo.
"Esse míssil não viola o tratado. Nunca foi submetido aos alcances (500-5.500 quilômetros) proibidos pelo INF", defendeu Ryabkov.
Em sua opinião, a Casa Branca procura "desculpas" para se desfazer das limitações que tal documento impõe ao desenvolvimento de armamento estratégico. Segundo ele, em um gesto de "transparência sem precedentes", a Rússia convidou os Estados Unidos a darem informações detalhadas sobre o míssil, incluindo imagens de testes.
Além disso, Moscou pediu a Washington para que acabe com as dúvidas que os sistemas de combate Aegis Ashore desdobrados na Romênia despertam e que também serão implantados em breve na Polônia.
"Os americanos não estão dispostos a dar passo algum", afirmou.
Então, Putin advertiu que se os Estados Unidos, que ele acusou de aumentar o risco de uma guerra nuclear no mundo, decidirem desenvolver mísseis proibidos pelo INF, a Rússia também desenvolverá.
Putin afirmou que os Estados Unidos já assumiram a mesma estratégia em 2002, quando também deixaram o tratado de defesa antimísseis, que era um dos pilares da segurança internacional.
Por sua vez, mantém que a Casa Branca nunca apresentou provas de tais violações e que os Estados Unidos foram os primeiros a infringir quando implantaram elementos estratégicos de escudo antimísseis na Europa.
De acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a Rússia viola o tratado com o Novator, que segundo políticos russos tem alcance de 498 quilômetros, dois a menos do que o limite considerado uma violação. EFE
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