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Fujimori pode ser mandado de volta ao presídio onde esteve preso até 2017

22/01/2019 21h11

Lima, 22 jan (EFE).- O Instituto Nacional Penitenciário do Peru (INPE) informou nesta terça-feira ao Poder Judiciário que o ex-presidente Alberto Fujimori pode ser levado ao presídio de Barbadillo, onde esteve preso entre 2007 e 2017, para concluir sua pena de 25 anos por crimes contra a humanidade.

Através de um ofício, o presidente do INPE, Carlos Romero, respondeu à Sala Penal Especial da Corte Suprema que o estabelecimento tem condições de abrigar Fujimori, de 80 anos de idade, após a revogação do indulto outorgado em 2017.

Nesse sentido, o INPE detalhou que o presídio de Barbadillo, no distrito de Ate, tem um serviço de saúde formado por clínicos gerais e três técnicas de enfermagem com turnos de 24 por 48 horas.

Além disso, o estabelecimento tem uma cama clínica e uma maca, e um veículo multiuso para eventuais transferências a um centro médico especializado, segundo relatou o instituto penitenciário no documento compartilhado no Twitter.

O ex-presidente (1990-2000) foi avaliado por uma junta do Instituto de Medicina Legal (IML) na quarta-feira passada na clínica particular onde está internado há mais de 100 dias.

No seu relatório, essa junta indicou que "o paciente se encontra em condições estáveis, razão pela qual poderia receber tratamento de forma ambulatória".

Por esse motivo, o advogado de Fujimori, César Nakazaki, comentou que não irá apelar da decisão da Corte Suprema e ficou à espera de que o INPE indique que a prisão pode garantir a supervisão médica do ex-governante.

Há uma semana, o Supremo ordenou que se avalie a saúde de Fujimori para determinar quando poderá continuar cumprindo sua pena como autor mediato (com domínio do fato) de dois massacres cometidos pelo grupo militar encoberto Colina e do sequestro de um jornalista e um empresário.

O tribunal solicitou, além disso, que a clínica indique quando será dada a alta a Fujimori, que está internado desde 3 de outubro de 2018, quando um juiz deixou sem efeito o indulto que lhe foi outorgado pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski em dezembro de 2017.

Fujimori permaneceu na clínica em meio a suspeitas de que sua prolongada internação é uma estratégia para evitar a ordem judicial, enquanto espera que se resolva uma apelação que apresentou contra a anulação do seu indulto.

Em novembro do ano passado, o INPE elaborou um primeiro relatório médico que afirmou que Fujimori padece de hipertensão arterial não controlada, problemas cardíacos, fibrilação auricular paroxística e cardiopatia coronária crônica.

No entanto, esse documento não constatou que sua saúde se encontre gravemente ameaçada, razão pela qual os familiares das vítimas dos crimes pelos quais foi condenado questionaram o motivo para que não fosse levado a uma prisão. EFE