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Itália detém sete pessoas que tentavam reorganizar Cosa Nostra

22/01/2019 10h47

Roma, 22 jan (EFE).- A polícia italiana deteve nesta terça-feira sete pessoas acusadas de tentar reorganizar a máfia siciliana Cosa Nostra, entre eles dois familiares de históricos chefes desta organização criminosa, informou a Promotoria de Palermo (sul).

A Promotoria afirmou em comunicado que entre os detidos estão Leandro Greco, neto de Michele Greco, um dos chefes históricos da Cosa Nostra, e Calogero Lo Piccolo, filho de Salvatore Lo Piccolo, detido em 2007.

O promotor de Palermo, Francesco Lo Voi, dirigiu a operação que permitiu a detenção destas pessoas graças à colaboração de dois membros da máfia siciliana detidos em dezembro, Francesco Colletti e Filippo Bisconti.

Ambos eram dois dos chefes dos chamados "mandamenti", cada um dos distritos nos quais a Cosa Nostra divide as zonas de gestão das atividades ilegais.

Bisconti e Colletti foram detidos em 4 de dezembro em uma operação denominada "Cupola 2.0" que terminou com a prisão de 46 pessoas, entre elas Settimio Mineo, de 80 anos, que acredita-se que era o novo chefe da Cosa Nostra após a morte de Totò Riina.

Os dois decidiram colaborar com a Justiça italiana e explicaram à polícia como a organização tentava ser restruturada a partir de uma reunião que aconteceu em 29 de maio e deram detalhes das dinâmicas internas, segundo a nota oficial.

Seu testemunho foi fundamental para prender hoje sete supostos membros da máfia, alguns dos quais participaram daquela reunião.

Leandro Greco é neto de Michele Greco, conhecido como "o papa" pela sua grande capacidade para mediar as disputas existentes entre os diferentes clãs da organização criminosa e morto em fevereiro de 2008 em Roma.

Michele Greco foi condenado por vários homicídios em 1987 durante o "maxiprocesso" contra a máfia, que dizimou as fileiras da Cosa Nostra, depois reconstituídas.

Em março de 1991, foi posto em liberdade devido a uma polêmica decisão do Supremo Tribunal sobre o cumprimento da prisão preventiva, mas o juiz Giovanni Falcone, diretor então de Assuntos Penais do Ministério de Gracia e Justiça e mais tarde assassinado pela máfia, conseguiu determinar nesse mesmo ano sua volta à prisão.

Por sua vez, Calogero Lo Piccolo é filho de Salvatore Lo Piccolo, que ficou fugitivo durante mais de 25 anos até sua detenção em 2007.

A "comissão provincial" (a máxima organização de controle da Cosa Nostra), também chamada "La Cúpula", não se reunia desde a detenção de Totó Riina em 1993, embora o poder depois tenha sido exercido por Leoluca Bagarella e Bernardo Provenzano.

"A Cúpula" nasceu com uma famosa reunião nos anos 50 no Grand "Hotel et dês Palmes" de Palermo entre membros das famílias da máfia americano e sicilianas, mas com as diferentes guerras mafiosas passaram a ser de controle exclusivo dos Corleoneses. EFE