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Jihadismo levou 6 mil pessoas a fugirem da Nigéria ao Chade desde dezembro

22/01/2019 11h29

Abuja, 22 jan (EFE).- Cerca de 6 mil pessoas fugiram do nordeste da Nigéria rumo ao Chade desde o final de dezembro, após um novo aumento da violência jihadista na região, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

"Estas pessoas começaram a fugir do agitado estado de Borno em 26 de dezembro, quando explodiram os confrontos entre as forças do governo nigeriano e os grupos armados na cidade de Baga, perto da fronteira com o Chade", disse o porta-voz do ACNUR, Charlie Yaxley, em comunicado.

A maior parte dos refugiados, que decidiram fugir temendo por suas vidas e após receberem ameaças de represália, atravessaram em embarcações o lago Chade até chegar à aldeia vizinha de Ngouboua, situada a 20 quilômetros da fronteira nigeriana.

Mais da metade dos refugiados são mulheres e crianças, segundo o ACNUR, que está transferindo estas pessoas da fronteira para o interior do país por motivos de segurança.

No último dia 17, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirmou à Agência Efe que 10 mil pessoas fugiram a pé neste mês do nordeste da Nigéria rumo a Camarões.

O nordeste da Nigéria está há anos imerso em um estado de violência provocada por ações do grupo jihadista Boko Haram, que desde 2009 luta para impor um Estado islâmico no país, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.

Embora o governo nigeriano insista que o Boko Haram está debilitado e se encontra encurralado em áreas fronteiriças, a violência contra alvos militares e civis aumentou nos últimos meses.

Este conflito causou mais de 20 mil mortes e provocou o deslocamento de cerca de 2 milhões de pessoas, uma população similar às de países como Gabão e Letônia. EFE