Tribunal russo rejeita recurso de suposto espião dos EUA contra sua detenção
Moscou, 22 jan (EFE).- O Tribunal Municipal de Moscou rejeitou nesta terça-feira o recurso interposto pela defesa do suposto espião americano Paul Whelan para que fique em liberdade mediante pagamento de fiança enquanto durar a investigação do caso.
"A decisão do tribunal do distrito de Lefortovski em Moscou, em virtude da qual foi ditada a prisão preventiva para Paul Whelan, deve ser mantida e o recurso do advogado deve ser rejeitado", afirmou o juiz Dmitri Pronyakin.
A audiência ocorreu a portas fechadas pois o caso contém informação classificada, mas o juiz deixou entrar na sala os veículos de imprensa e os representantes das embaixadas de EUA, Reino Unido e Canadá no momento da leitura de sua decisão.
Whelan, que é cidadão americano, irlandês, britânico e canadense, foi detido em 28 de dezembro por agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo) em um hotel de Moscou por supostas "atividades de espionagem".
A família do americano nega as acusações russas e garante que Whelan viajou para Moscou para comparecer a um casamento.
O ex-fuzileiro naval dos EUA teria supostamente recebido de um conhecido um pen-drive que "continha a lista completa dos funcionários do serviço secreto" russo.
Seu advogado Vladimir Zherebenkov disse após a audiência que iria recorrer da decisão e explicou que Whelan esperava receber materiais sobre viagens turísticas à Rússia em um pen-drive, como fotografias e vídeos.
"Os motivos de haver (no pen-drive) informações que constituem segredo de Estado não está claro ainda", acrescentou Zherebenkov, que também frisou que seu cliente sequer pôde ver o conteúdo no dispositivo de memória porque foi imediatamente detido após recebê-lo.
Zherebenkov afirmou que os investigadores "não apresentaram provas de que Whelan tinha conhecimento de que o material em seu poder era sigiloso" e acredita que o caso será arquivado uma vez que as provas reunidas pelos investigadores foram analisadas.
Além disso, o advogado garantiu que "não há nada que indique que o caso esteja politicamente motivado".
"Não há nada de política aqui. Trata-se de um caso ordinário", disse o advogado, que também voltou a enaltecer os investigadores, ao afirmar que as investigações são feitas de forma profissional.
Zherebenkov também disse que a Rússia não violou a convenção consular bilateral com os EUA ao adiar novas visitas ao acusado, e afirmou que os investigadores tinham prometido que os funcionários consulares dos quatro países dos quais Whelan é cidadão poderão visitá-lo todos juntos na prisão.
O irmão gêmeo de Paul Whelan, David, duvidou do advogado em entrevistas a veículos de imprensa americanos, já que a família não sabe como Zherebenkov foi escolhido e porque ele enaltece o suposto profissionalismo dos investigadores russos.
Outro fator que causa inquietação à família, segundo David, é que o advogado não fala inglês e tem que se comunicar com seu cliente através de um intérprete, segundo reconheceu o próprio Zherebenkov recentemente à imprensa russa. EFE
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