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Chefe da equipe observadora da ONU deixa o Iêmen

23/01/2019 12h01

Sana, 23 jan (EFE).- O chefe da equipe da ONU que supervisiona o cessar-fogo no porto iemenita de Al Hudaydah, Patrick Cammaert, deixou nesta quarta-feira o país pouco dias depois que o comboio no qual viajava foi atingido por disparos.

Cammaert partiu da capital iemenita acompanhado do enviado da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, segundo informou a agência oficial "Saba".

Os representantes da ONU viajaram em um avião pertencente à organização internacional com destino ao Djibuti, disse à Agência Efe uma fonte no aeroporto de Sana.

As autoridades do aeroporto iemenita não permitiram o acesso da imprensa ao terminal enquanto estavam nele os representantes da ONU.

Na última quinta-feira, o comboio no qual Cammaert viajava foi alvo de disparos quando passava por um posto de controle dentro da cidade de Al Hudaydah, no oeste do país.

Dias antes desse tiroteio, o porta-voz dos rebeldes, Mohammed Abdelsalam, responsabilizou Cammaert pela estagnação da situação em Al Hudaydah, de onde as partes ainda não retiraram as tropas, como estipulava o acordo negociado na Suécia no início de dezembro.

O general reformado holandês chegou no dia 22 de dezembro ao Iêmen para liderar a equipe desdobrada pela ONU para supervisionar o cessar-fogo em Al Hudaydah pactuado em 13 dezembro na Suécia pelo governo iemenita e os rebeldes que controlam a cidade portuária e que começou a ser aplicado cinco dias depois.

No total, a ONU tem desdobrados 20 observadores, uma presença que na semana passada o Conselho de Segurança aprovou ampliar até 75 por um período de seis meses.

Até agora, os dois lados do conflito se acusaram mutuamente de violar os termos da cessação de hostilidades em Al Hudaydah, e poucos avanços ocorreram em outros pontos do pacto firmado na Suécia.

O conflito armado no Iêmen começou em 2014, quando os rebeldes xiitas houthis ocuparam a capital Sana e outras províncias do país e se generalizou a partir da intervenção militar da Arábia Saudita e seus aliados sunitas, em março de 2015. EFE