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Maduro está "de acordo" com proposta de México e Uruguai para novo diálogo

24/01/2019 20h45

Caracas, 24 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira concordar com a iniciativa de uma nova rodada de diálogos com a oposição, para pôr fim à grave crise política, econômica e social do país, como propuseram os governos de México e Uruguai.

"O governo do México e o governo do Uruguai propuseram que seja criada uma iniciativa internacional para promover um diálogo entre as partes na Venezuela. Digo publicamente (que) estou de acordo", disse Maduro em discurso no Supremo Tribunal, onde recebeu o apoio dos juízes da Corte.

Ontem, em comunicado conjunto, os dois países pediram aos venezuelanos para que encontrem "uma solução pacífica e democrática diante do complexo panorama".

"De forma conjunta, os governos de Uruguai e México fazem um apelo a todas as partes envolvidas, tanto dentro do país como no exterior, para que reduzam as tensões e evitem uma escalada de violência que possa agravar a situação", diz o comunicado, divulgado pela Chancelaria uruguaia.

Maduro disse nesta quinta-feira que teve conhecimento da proposta, sem esclarecer se estes países entraram em contato com o governo venezuelano para se oferecerem como mediadores.

Maduro e seus opositores tiveram uma rodada de negociações no final de 2017 e no começo de 2018, mas que terminou sem resultados, depois que as partes se acusaram mutuamente de romper os primeiros acordos alcançados, e o antichavismo se negou a assinar um documento de compromissos.

Neste primeiro mês de 2019, Maduro pediu várias vezes aos opositores para que voltassem à mesa de negociações, ao declarar que está pronto para encontrar uma solução pactuada para a crise do país.

Mas os opositores não aceitaram e, ontem, depois de uma grande manifestação nas ruas para rejeitar o que consideram uma "usurpação" da presidência por parte de Maduro, o líder do Parlamento, Juan Guaidó, se proclamou presidente interino do país, sendo reconhecido imediatamente pelos Estados Unidos.

Maduro tomou posse há duas semanas para um novo mandato por ter ganhado as eleições de maio do ano passado, que não contaram com a grande maioria da oposição, que as considerou "fraudulentas".

Por este motivo, a União Europeia, os Estados Unidos e outros países não reconhecem a legitimidade do novo mandato de 6 anos. EFE