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Mais de 50% de pessoas com epilepsia na América Latina não recebe tratamento

24/01/2019 22h37

Washington, 24 jan (EFE).- A epilepsia afeta cinco milhões de pessoas no continente americano, no entanto mais de 50% de quem sofre a doença na América Latina e no Caribe não recebe nenhum tipo de tratamento nos serviços sanitários, alertou nesta quinta-feira um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPS).

Segundo esta agência, vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos pacientes que sofrem epilepsia, uma doença que afeta 50 milhões de pessoas no mundo, poderia levar uma vida normal com o tratamento adequado.

Mas, no continente americano, dois de cada três países não dispõem de um programa nem de nenhum plano de atendimento para as pessoas com esta doença.

Assim, o resultado é que mais da metade de pessoas com esta doença na América Latina e no Caribe fica sem tratamento e sofre crises de epilepsia de forma "permanente".

"É algo que afeta os seus estudos, o seu trabalho e a sua qualidade de vida, assim como a de seus entes queridos", afirmou Claudina Cayetano, assessora regional em saúde mental da OPS.

Entre as causas que geram este déficit assistencial se encontra a escassez de remédios e de pessoal médico capacitado.

Um total de quatro remédios antiepilépticos são essenciais para o tratamento da doença e, na maioria dos casos, só se dispõe dos mesmos nos serviços especializados, enquanto o atendimento primário carece totalmente deles, explicou a organização.

Além disso, a falta de informação, tanto entre profissionais como entre aqueles que sofrem epilepsia, dificulta a prevenção de ataques e o seu diagnóstico correto.

Em nível mundial, a epilepsia representa 0,5% da carga total de todas as doenças existentes e 80% de tal carga corresponde a países em desenvolvimento.

A cada ano são registrados dois milhões de casos novos no mundo, mas, no caso concreto da América, menos de 20% dos Estados tem uma legislação adequada, segundo detalhou a Organização Pan-Americana da Saúde. EFE