Tshisekedi toma posse como novo presidente da República Democrática do Congo
Kinshasa, 24 jan (EFE).- Félix Tshisekedi tomou posse nesta quinta-feira como o quinto presidente da República Democrática do Congo em uma grande cerimônia realizada na capital Kinshasa.
"Eu, Félix Tshisekedi, presidente eleito da República Democrática do Congo, juro solenemente diante de Deus e da Nação observar e defender a Constituição e as leis da República", disse o líder da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS).
Em um ato incomum no país, após fazer o juramento do cargo assinalado na Constituição, o presidente em fim de mandato, Joseph Kabila, transferiu ao novo líder uma faixa com as cores da República e lhe entregou um livro da Constituição com a bandeira nacional.
Os milhares de simpatizantes da UDPS que estavam presentes na esplanada explodiram em júbilo e aos gritos de "não se esqueça do que seu pai dizia: coloque o povo em primeiro lugar".
"Este 24 de janeiro é um dia histórico, no qual não se celebra a vitória de um candidato frente a outro. Somos um Congo reconciliado, a República Democrática do Congo que formamos não será um Congo da divisão, do ódio e do tribalismo ", disse Tshisekedi durante seu discurso de posse.
O novo presidente, um ex-deputado nacional e filho do histórico líder opositor Étienne Tshisekedi, venceu as eleições de 30 de dezembro com 38,57% dos votos, seguido do também opositor Martin Fayulu, com 34,86%, em um resultado apresentado pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) e aprovado pelo Tribunal Constitucional.
O novo chefe de Estado mostrou "seu profundo respeito" a seu adversário no pleito, Martin Fayulu, o grande ausente na cerimônia e que rejeitou a derrota argumentando que tinha obtido mais de 60% dos votos.
Tanto as eleições como os resultados foram tachados de fraudulentos por Fayulu e pela influente Conferência Episcopal Congolesa, que pediram uma nova apuração dos votos ao garantir que, segundo as informações a que teve acesso, ele teria obtido 61% dos votos.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, foi o único chefe de Estado presente na cerimônia, que também contou com os vice-presidentes de Zimbábue, Namíbia e Tanzânia.
Após ganhar o polêmico pleito de 30 de dezembro, Tshisekedi sucede Kabila, que ocupava a presidência desde janeiro de 2001, e sua posse é a primeira transição pacífica de poder na República Democrática do Congo desde a sua independência da Bélgica em 1960.
As eleições de 30 de dezembro puseram fim a dois anos de adiamentos e incerteza, desde que Kabila concluiu por lei o seu segundo e último mandato em dezembro de 2016.
Um novo adiamento aconteceu no fim de dezembro com uma mudança de data - do dia 23 para o 30 - e, dias depois, a CENI adiou até março de 2019 o pleito nas localidades de Beni e Butembo (nordeste) e de Yumbi (oeste) devido à epidemia de ebola e à violência étnica, respectivamente, o que resultou na exclusão de mais de 1 milhão de eleitores. EFE
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