Bolsonaro visita Brumadinho e diz que "cobrará justiça"
Brumadinho (Brasil), 26 jan (EFE).- O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou de helicóptero neste sábado a área atingida pelo rompimento da barragem da mineradora Vale e afirmou que o governo "cobrará justiça" diante da tragédia, que deixou pelo menos nove pessoas mortas e cerca de 300 desaparecidos.
"Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente", escreveu Bolsonaro no Twitter.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nove mortes foram contabilizadas até o momento, depois do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão que arrasou a região com diversos imóveis e onde trabalhavam mais de 400 pessoas da Vale.
Apesar de o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ter declarado ontem à noite que a possibilidade de encontrar sobreviventes é mínima, os bombeiros informaram que estão trabalhando para resgatar 15 famílias que estão incomunicáveis.
Ao sobrevoar a região, a Agência Efe constatou a presença de várias pessoas presas no lamaçal e que pediam ajuda.
Equipes de resgate informaram hoje que localizaram um ônibus no qual aparentemente viajavam funcionários da Vale no momento do desastre, mas que a possibilidade de encontrar sobreviventes é pequena. Elas também admitiram que o número de vítimas provavelmente será maior do que o do desastre de Mariana, há três anos, quando uma represa da mineira Samarco, que também tem participação da Vale, causou a morte de 19 pessoas naquela que foi considerada a maior catástrofe ambiental do Brasil.
Amigos e familiares dos desaparecidos se concentram desde ontem em um hospital de campanha em Brumadinho na busca por informações, enquanto grupos de psicólogos oferecem ajuda. O governo federal criou um gabinete de crise diante da magnitude dos fatos e enviou uma equipe de ministros para o local.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que no governo de Bolsonaro não "existe nenhum projeto para aliviar" as licenças ambientais e expressou a intenção de revisar a legislação.
"É necessário revisar a legislação ambiental para tirar as coisas simples e aprofundar nas questões mais complexas, de mais risco, para que as equipes possam se dedicar ao que tem mais potencial de risco, como as represas", disse Salles. EFE
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