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Guaidó pede que ONU ative "mecanismos" por crise humanitária na Venezuela

27/01/2019 01h16

Caracas, 26 jan (EFE).- O presidente do Parlamento e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, enviou neste sábado uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, solicitando que ative "mecanismos de apoio" para fazer frente à crise humanitária no país caribenho.

"Escrevo para solicitar a ativação dos mecanismos de apoio e de gestão de crise do sistema das Nações Unidas e de todas as agências com mandato de apoio e prevenção em áreas de ajuda humanitária", diz a carta aberta que Guaidó divulgou no Twitter.

O chefe do Parlamento enfatizou na carta que é necessária "de forma urgente a cooperação da solidariedade internacional" para atalhar a aguda crise que no país se manifesta na escassez de alimentos básicos e remédios.

Guaidó afirmou, além disso, que na Venezuela "tem milhões de vítimas que sofrem por não ter acesso à saúde, segurança alimentar, educação e segurança (pessoal)".

A Venezuela, o país com as maiores reservas provadas de petróleo no planeta, atravessa uma aguda crise econômica que se traduz em escassez de produtos, hiperinflação e falta de acesso a serviços públicos básicos.

Guaidó apontou que "em um futuro próximo" convidará a comunidade internacional a visitar a Venezuela para "estabelecer a melhor estratégia para assegurar o financiamento da assistência humanitária em um período de transição" e "o melhor caminho para a reconstrução e reconciliação nacional".

A ONU confirmou uma visita da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, embora ainda não haja uma data concreta e nem uma lista dos lugares que a representante dessa organização irá visitar.

A oposição, familiares e advogados de presos políticos venezuelanos pediram mais de dez vezes a visita de Bachelet para que constate a situação que o país atravessa.

Enquanto Guaidó espera resposta, na Venezuela se mantém a tensão política que surgiu desde que o opositor se autoproclamou como presidente de maneira interina, diante da "usurpação" que, assegura, faz Nicolás Maduro da Presidência.

Guaidó recebeu um contundente apoio por parte da maioria dos governos da América, da Organização de Estados Americanos (OEA) e da União Europeia, ao mesmo tempo que o Governo Maduro denuncia uma tentativa de golpe de Estado e intervencionismo estrangeiro. EFE