Maduro diz que ultimato europeu a seu governo é "insolência total"
Istambul, 27 jan (EFE).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou neste domingo com veemência o ultimato de oito dias para convocar eleições em seu país feito por vários membros da União Europeia (UE), e considerou essa postura "uma insolência".
"Ninguém pode nos fazer um ultimato deste tipo. Se alguém quer deixar o país, pode fazê-lo. A Venezuela não está ligada à Europa. Isto é uma insolência total", disse Maduro em entrevista concedida em Caracas à emissora de televisão "CNNTürk".
Segundo o líder, "mais uma vez a Europa está cometendo um erro sobre a Venezuela. Consideram a nossa história como não existente, apesar de 200 anos de independência".
"Menosprezar-nos porque estamos no sul é insolente", afirmou Maduro, que passou a ser pressionado pela comunidade internacional desde que o chefe do Assembleia Nacional (AN, Parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela na última quarta-feira.
Em todo caso, Maduro se mostrou hoje aberto ao diálogo com o dirigente opositor.
"Vamos estabelecer a paz e vamos continuar condenando estes eventos, como fizemos no Conselho de Segurança (da ONU, no sábado). Todas estas mentiras são obra dos Estados Unidos. Eu estou aberto ao diálogo", indicou o líder chavista.
Os governos de Espanha, Alemanha, França e Reino Unido exigiram ontem que Maduro convoque eleições transparentes e justas em um prazo de oito dias ou, caso contrário, reconhecerão a Guaidó como presidente interino.
Por sua vez, EUA, Canadá e vários países sul-americanos, como a Brasil, Argentina e Colômbia, já reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela, que vive há anos uma profunda crise política e econômica.
Como reação, Maduro anunciou a ruptura das relações diplomáticas com os EUA, o principal importador de petróleo venezuelano.
A EU como um todo, por sua vez, deixou aberta a possibilidade de reconhecer Guaidó como presidente e subiu o tom contra Maduro, exigindo a convocação de eleições "nos próximos dias", mas sem dar um prazo limite para tanto.
Junto a Rússia, China e Irã, a Turquia e seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, é um dos aliados políticos e econômicos mais importantes de Maduro. EFE
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