Canadá convoca reunião do Grupo de Lima para tratar crise na Venezuela
Toronto, 28 jan (EFE).- O Canadá anunciou nesta segunda-feira que organizará uma reunião urgente do Grupo de Lima para tratar a crise na Venezuela, que será realizada em Ottawa no dia 4 de fevereiro.
A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, declarou que a reunião servirá para "proporcionar o necessário apoio" ao líder do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, que disse ter assumido as competências do Executivo como presidente interino.
"A crise criada por (Nicolás) Maduro representa enormes dificuldades no que se refere à segurança e à ajuda humanitária em todo o continente", explicou Freeland durante uma entrevista coletiva na qual anunciou a reunião urgente do Grupo de Lima.
Freeland expressou sua preocupação com a "crise humanitária e de refugiados" que a situação política venezuelana gerou e a comparou com a ocorrida na Síria.
"Já há países como Colômbia e Brasil que receberam elevados números de venezuelanos refugiados. Algumas das histórias destes refugiados, entre eles menores não acompanhados em terríveis condições, são estarrecedoras", destacou Freeland.
"Vimos na Síria a forma como uma crise de refugiados pode ter impactos mais amplos e desestabilizadores. É importante que também nos foquemos nisso", continuou a ministra canadense.
Freeland também ressaltou que o continente americano, "comparado com o resto do mundo, foi um verdadeiro paraíso de democracia. O nosso continente foi na boa direção e é realmente importante defender a democracia e os direitos humanos no nosso continente", acrescentou.
O Canadá é um dos membros do Grupo de Lima, criado em 8 de agosto de 2017 para tratar a crise da Venezuela e do qual também fazem parte Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia.
No domingo, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, teve uma conversa por telefone com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, durante a qual trataram a crise venezuelana e concordaram que a solução para o conflito passa pela realização de eleições "livres e justas".
No último dia 23 de janeiro, o Canadá reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela e solicitou a Maduro que ceda o poder para que o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela convoque e organize eleições no país. EFE
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