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Papa diz ser pessoalmente contra eliminação do celibato

28/01/2019 13h21

A bordo do avião papal, 28 jan (EFE).- O papa Francisco afirmou nesta segunda-feira ser contra o celibato opcional, mas deixou aberta a possibilidade de conceder a ordenação sacerdotal a homens casados em lugares remotos, durante a entrevista coletiva dada na viagem de volta do Panamá, onde participou da Jornada Mundial da Juventude.

"É uma coisa em discussão entre os teólogos, não há uma decisão minha. A minha decisão é: não ao celibato opcional antes do diaconato. É uma coisa minha, pessoal", disse Francisco.

A possibilidade, atualmente em estudo, é sobre os "viri probati", homens maduros e casados poderem ser ordenados só em lugares muito distantes onde faltam padres, como em ilhas do Pacífico. Mas o papa reiterou várias vezes a sua oposição "ao celibato opcional antes do diaconado" e citou a frase do papa Paulo VI: "Prefiro dar a vida antes de mudar a lei do celibato".

Ele explicou que existe um livro "interessante" no qual o padre Lobinger diz: "a Igreja faz a eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja" e que há lugares onde a comunidade católica está nas mãos apenas de diáconos, religiosas ou leigos. Neste texto, explicou o pontífice, é levantada a possibilidade de outorgar o sacerdócio aos casados só para celebrar a missa, administrar o sacramento da reconciliação e dar a unção dos enfermos e que "talvez isso possa ajudar a responder o problema".

Francisco também disse que, na sua opinião, os jovens se afastam da Igreja "pela falta de testemunho dos cristãos, dos padres e dos bispos" e brincou ao apontar que não poderia dizer "também dos papas". Ele afirmou que "se um pastor não vive com paixão, as pessoas se sentem abandonadas ou sentem um certo sentido de desprezo" e o mesmo ocorre com os laicos, pois existem "católicos hipócritas que vão à missa todos os domingos e não pagam o décimo terceiro, pagam por fora, exploram as pessoas. Depois, vão ao Caribe de férias com o que explorou das pessoas".

"Se você faz isso, dá uma contratestemunho. A meu ver, isso é o que distancia mais as pessoas da Igreja. Sugeriria aos leigos: não diga que é católico, se não dá testemunho. Em vez disso, você pode dizer: sou de educação católica, mas sou morno, sou mundano, peço desculpa, não me olhem como exemplo. Isso é o que se deve dizer. Tenho medo de católicos assim, que acreditam ser perfeitos". EFE