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Comunidade etíope protesta em Tel Aviv contra violência da polícia de Israel

30/01/2019 15h43

Jerusalém, 30 jan (EFE).- Milhares de etíopes-israelenses bloquearam nesta quarta-feira a principal estrada de Tel Aviv para protestar contra a violência da polícia, após a morte de um deles há duas semanas por disparos dos agentes.

Com cartazes e cânticos, os manifestantes reivindicaram uma investigação para o caso de Yehuda Biadga, um israelense de origem etíope de 24 anos que foi abatido no último dia 18 quando se aproximou de um agente com uma faca.

Sua família acusou a polícia israelense de abrir fogo, o que vai contra os procedimentos estabelecidos, informou o portal de notícias "Times of Israel".

Um porta-voz da polícia informou à Agência Efe que o incidente está sendo investigado pelo Ministério da Justiça.

Os manifestantes, com bandeiras israelenses e braçadeiras com a estrela de Davi, acusaram o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de ser um "racista", e o ministro de Segurança Pública, Gilad Erdan, de "ficar em casa".

A comunidade etíope em Israel tem se manifestado em várias ocasiões contra a excessiva violência dos agentes policiais e denunciaram o que consideram uma política discriminatória contra eles.

Em 2015, os emigrantes judeus etíopes convocaram diversas manifestações após a divulgação pela internet de um vídeo caseiro no qual dois policiais brancos detinham violentamente e com um uso excessivo da força um imigrante etíope na cidade de Holon.

Os protestos se estenderam de Tel Aviv a Jerusalém, onde explodiram distúrbios que terminaram com 15 feridos, 12 manifestantes e três agentes.

Os judeus etíopes descendem, segundo algumas interpretações, do bíblico rei Salomão e da rainha de Sabá e chegaram a Israel, majoritariamente, nas décadas de 1980 e 1990.

Atualmente, com uma geração de nativos israelenses que serviram no Exército, continuam sendo um dos grupos mais pobres e com altas taxas de desemprego, que costumam denunciar um tratamento discriminatório. EFE