Mujica diz que aceitaria mediar conflito da Venezuela se Uruguai pedisse
Montevidéu, 1 fev (EFE).- O ex-presidente do Uruguai, José Mujica (2010-2015), disse nesta sexta-feira que, se o governo de Tabaré Vázquez pedisse, aceitaria mediar o conflito da Venezuela para chegar a uma solução pacífica que restabeleça o equilíbrio democrático e permita a convivência entre oficialismo e oposição.
"A única maneira que aceitaria (o papel de mediador) é se o meu governo me pedisse (...) A democracia se baseia em um equilíbrio sempre frágil, mas onde a oposição pode conviver com quem eventualmente governa. Quando perdemos esse equilíbrio frágil, a democracia que nós conhecemos não funciona", declarou o ex-senador em declarações à emissora "Radio Sarandí".
Nesse sentido, propôs como saída a realização de eleições totais, com a participação de todo o povo, mas sem ter como candidatos o atual governante chavista, Nicolás Maduro, e o líder do parlamento e autoproclamado presidente em exercício, Juan Guaidó.
"O ideal seria que houvesse eleições e não estivesse nenhum destes dois personagens e que as pessoas elegessem, porque, se não, vai haver revanchismo", acrescentou o ex-guerrilheiro tupamaro.
Mujica lembrou que, depois da Primeira Guerra Mundial, foram impostas condições à Alemanha", o que qualificou como "um desastre" que causou "dor" ao povo alemão durante a década de 20 e que "criou o invernáculo para o nazismo", e comparou este cenário às sanções impostas à Venezuela pelos Estados Unidos e à forte pressão internacional contra Maduro.
Para Mujica, a falta de entendimento entre o oficialismo e a oposição se agrava pelo fato de o país caribenho ser "uma peça no jogo geopolítico" internacional.
Apesar de todas as dificuldades para alcançar uma solução pacífica em um contexto complexo, o político destacou que se deve tentar pelo bem do povo venezuelano.
"Eu acredito que é preciso tentar, daí se é possível conseguir, tenho as minhas dúvidas. Me parece, para o futuro, o mais razoável a se fazer, porque não pode haver um conflito por longos anos", concluiu. EFE
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