Postura da UE de ir "passo a passo" com Venezuela é "sábia", diz Timmermans
Madri, 1 fev (EFE).- O primeiro vice-presidente da Comissão Europeia - o órgão executivo da União Europeia (UE) -, o holandês Frans Timmermans, considerou nesta sexta-feira que a estratégia do bloco de ir "passo a passo" em busca de uma solução para a crise na Venezuela é "sábia", apesar de haver divergências entre alguns Estados-membros.
O também candidato dos socialistas europeus a presidir a Comissão reconheceu "a influência" da Espanha nas negociações para a tomada de posição da UE em relação à Venezuela durante um café da manhã informativo na sede do Partido Socialista e Operário Espanhol (PSOE) em Madri.
"Os grandes assuntos internacionais sempre são objeto de discussão na UE, e de desacordos, mas a posição da UE tem se mantido unida", esclareceu Timmermans.
Precisamente ontem, o presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, fez um pedido aos Estados-membros para que reconhecessem Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela.
Sobre essa questão, Timmermans especificou que os países europeus "nem sempre têm a mesma posição, mas isto está na natureza da UE. O importante é que estejam juntos no enfoque de ir passo a passo" aumentando a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro.
"Deveremos chegar a um acordo mais cedo ou mais tarde sobre como a Venezuela deve sair disso", assinalou o primeiro vice-presidente da Comissão.
Por enquanto, a UE vai criar um grupo de contato com países latino-americanos para buscar um caminho para a realização de eleições presidenciais, enquanto países como a Espanha já anunciaram que reconhecerão oficialmente Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, como presidente interino do país.
Ao se dirigir a seus "companheiros da esquerda", Timmermans fez uma advertência: "Não cometam o erro de acreditar que Maduro é um homem da esquerda. É um líder autoritário, e isso não é bom, é ruim. Não tem desculpas".
O vice-presidente da Comissão também defendeu a estratégia europeia como "a correta" diante das tensões criadas pelas posições antagônicas adotadas por diferentes países, como os Estados Unidos e algumas nações latino-americanas, que se opõem diretamente à postura de China, Rússia e Turquia, algo que ele não considerou "produtivo".
Concretamente, Timmermans destacou o "papel de liderança" que o ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, teve nas conversas para a tomada de posição europeia, e antecipou que tanto ele como o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, "voltarão a ter um papel importante" na hora de estabelecer a posição do bloco europeu nos próximos dias.
Ao ser questionado se algum país da UE foi informado pelos EUA sobre o fato de que Guaidó iria proclamar-se presidente da Venezuela, Timmermans se limitou a lamentar que Donald Trump é o primeiro líder americano que "parece pensar que uma UE dividida é boa" para seu país.
Segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, essa é precisamente uma boa razão para que a UE "mantenha sua própria posição" e venha adquirindo cada vez "mais responsabilidade na política internacional para garantir sua própria segurança".
"O que mais precisamos agora é de solidariedade com os venezuelanos, que estão sofrendo o inimaginável", concluiu Timmermans. EFE
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