Erdogan insinua que alguns suspeitos de caso Khashoggi podem ter sido mortos
Ancara, 3 fev (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, insinuou neste domingo que alguns dos 22 acusados pela Justiça da Arábia Saudita no caso do homicídio do jornalista Jamal Khashoggi em Istambul podem ter sido assassinados.
"Alguns dos 22 não estão vivos, deixe-me dizer isso também. Ouvimos algo; alguns podem ter sido mortos", disse Erdogan, perguntado sobre o tema, em uma entrevista à televisão estatal turca "TRT".
"Podem ter sido vítimas de acidentes de trânsito", acrescentou o líder, que reiterou sua crítica a Washington por considerar insuficiente a reação ao crime contra o repórter saudita dissidente que vivia exilado nos Estados Unidos, onde colaborava com o jornal "The Washington Post".
Khashoggi foi assassinado em 2 de outubro no consulado do seu país em Istambul. Ele tinha ido ao local para buscar documentos para se casar.
As autoridades turcas acusaram 15 agentes sauditas que foram a Istambul de estrangular e esquartejar o jornalista antes de voltarem para Riad. Após rejeitar em um primeiro momento as acusações, a Arábia Saudita admitiu que Khashoggi foi morto no prédio diplomático, mas até hoje se nega a envolver as autoridades do reino, segundo as quais os agentes se excederam.
A Promotoria saudita deteve 22 pessoas por envolvimento no caso e várias delas poderiam ser condenadas à morte.
"Não posso entender o silêncio dos Estados Unidos. Queremos que tudo seja esclarecido, porque foi uma atrocidade, um assassinato. O assassinato de Kashoggi não é um caso ordinário", declarou Erdogan.
Na sexta-feira passada, Yasin Aktay, um importante funcionário do governante partido turco AKP de Erdogan, disse que "para todo mundo, Mohammad bin Salman (o príncipe herdeiro saudita) é o suspeito número um" do crime. Aktay fez esse comentário ao afirmar que Agnes Callamard, a relatora sobre execuções extrajudiciais da Organização das Nações Unidas que viajou na semana passada para a Turquia para investigar detalhes do caso, também trabalha nessa linha. EFE
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