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Guaidó agradece "gesto" de Sánchez de reconhecê-lo como presidente interino

04/02/2019 12h04

Caracas, 4 fev (EFE).- Juan Guaidó, líder do Parlamento e que assumiu as competências do Executivo como presidente interino da Venezuela, agradeceu nesta segunda-feira o "gesto" do chefe do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que o reconheceu à frente do Estado até que sejam convocadas eleições "livres".

"Agradecemos o presidente Pedro Sánchez e todo o governo espanhol pelo seu reconhecimento e o seu apoio à nossa rota de luta pela democracia. Obrigado pelo seu apoio e compromisso. A Venezuela inteira agradece este gesto", disse Guaidó no Twitter.

Sánchez anunciou durante um comparecimento institucional que reconhece formalmente Guaidó como presidente interino e que promoverá dentro da União Europeia um plano para levar ajuda humanitária à Venezuela. Este reconhecimento, que era esperado e se soma ao de outros países europeus, tem como horizonte claro a convocação de "eleições livres, democráticas, com garantias e sem exclusões" no menor tempo possível.

"A Venezuela tem que ser dona do seu próprio destino", afirmou o espanhol.

Guaidó elevou a tensão política na Venezuela ao assumir as competências do Executivo há quase duas semanas, um ato que o presidente Nicolás Maduro, que governa desde 2013, classifica como "autoproclamação" e se recusa a aceitar.

Além disso, o opositor liderou na Câmara o pedido a 46 países para que sejam congelados os ativos da Venezuela nesses territórios e nomeou embaixadores em dez países do continente americano e o representante no Grupo de Lima.

O líder chavista venceu com folga no último pleito, que quase não teve a participação da oposição, que considerava a eleição uma fraude e que tinha os principais partidos e dirigentes inabilitados. Por esse motivo, o antichavismo considera que Maduro "usurpa" a presidência e que as competências do Executivo recaem no chefe do Parlamento até que sejam convocadas novas eleições, com base na interpretação que fazem de vários artigos da Constituição. EFE