Talibãs se reunirão com políticos afegãos em Moscou
Cabul, 4 fev (EFE).- Os talibãs afegãos se reunirão amanhã e quarta-feira em Moscou (Rússia) com uma delegação de políticos do Afeganistão, para tratar do fim do conflito no país em um encontro sem a participação do governo.
"A agenda desta conferência é manter debates sobre o Afeganistão, (fazer) uma declaração de princípios e a abertura de canais para conseguir um entendimento com grupos políticos afegãos não-governamentais", informou em comunicado o porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid.
Embora o governo formalmente não participe da conferência, haverá nela um representante seu: Muhammad Muhqiq, número três do chefe do Executivo, Abdullah Abdullah, que irá na sua qualidade de líder do Partido Hezbe Wahdat.
A delegação talibã, de dez membros e liderada pelo ex-chefe negociador Muhammad Abbas Stanekzai, irá expor a sua opinião sobre a implementação da lei islâmica no Afeganistão, a saída das tropas internacionais e o estabelecimento de um sistema de governo "intra-afegão", segundo o porta-voz.
No outro lado estarão representantes de diversas formações políticas e movimentos afegãos, conforme informou ontem à noite em comunicado o escritório do ex-presidente afegão Hamid Karzai, em representação do grupo que viajará para Moscou a convite do Conselho Social de Afegãos estabelecidos na Rússia. Além de Karzai e Muhqiq, participarão do encontro o ex-assessor de Segurança Nacional Hanif Atmar e mais outra 40 pessoas.
Abdullah advertiu hoje em entrevista coletiva que a reunião deve ser cuidadosa pois, à revelia do Executivo afegão, este tipo de encontro pode ajudar os talibãs a criar divisões na sociedade afegã. Em sua opinião, só o governo pode representar a nação em negociações de paz e deve liderá-las, com a participação de todos os partidos e movimentos do país.
Nos últimos meses, insurgentes e representantes de Estados Unidos mantiveram contatos nos Emirados Árabes e no Catar e os talibãs também se reuniram com representantes iranianos em Teerã no final do dezembro. Eles, no entanto, se negaram a conversar com integrantes do governo afegão. Na última dessas reuniões, que aconteceu no Catar há duas semanas, a parte americana anunciou "avanços significativos em temas vitais", aumentando o otimismo sobre a possibilidade de um acordo que ponha fim aos últimos 17 anos de conflito no Afeganistão. EFE
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