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Assembleia Nacional coordena 1ª entrada de ajuda humanitária na Venezuela

05/02/2019 15h25

Caracas, 5 fev (EFE).- A Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, informou nesta terça-feira que está coordenando a entrada do primeiro lote de ajuda humanitária no país, apesar de Nicolás Maduro ter afirmado que isso não ocorrerá.

"O Legislativo é um ente de canalização, de coordenação e de acompanhamento dessas doações de remédios e alimentos", explicou em entrevista coletiva o deputado Miguel Pizarro, presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Ajuda Humanitária.

Segundo o deputado, a Assembleia Nacional não entregará diretamente os produtos doados à população venezuelana, apenas coordenará que eles cheguem às ONGs que farão o serviço.

"Nós não vamos mudar o controle social e político do governo pelo controle social e político da Assembleia Nacional", disse o deputado, citando também o chefe do parlamento, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país há duas semanas.

Pizarro garantiu que existem militares e diretores de hospitais que discordam da decisão de Maduro de não permitir a entrada de alimentos e remédios por considerar a ajuda como uma "humilhação".

"A ajuda humanitária não é uma esmola. É uma necessidade urgente do nosso país, de centenas de milhares de venezuelanos que não tem o que comer, não tem medicamentos", afirmou Guaidó, pedindo que os agentes que protegem as fronteiras desobedeçam as ordens de Maduro.

O primeiro lote de ajuda humanitária, segundo o líder opositor, foi comprado por empresas com capital venezuelano no exterior e pelos governos da Colômbia e dos Estados Unidos. Ainda falta transformar os recursos doados recentemente por Canadá e Alemanha em produtos que possam ser oferecidos à população local.

Os remédios e alimentos serão armazenados em três centros, um deles na fronteira da Venezuela com a Colômbia e outro em Pacaraima, cidade que liga o Brasil ao país vizinho. Essa informação, no entanto, ainda não foi confirmada pelo governo de Jair Bolsonaro.

Um terceiro posto também será criado em um país que será anunciado nos próximos dias, segundo Pizarro.

"O único embaraço para a entrada de ajuda humanitária é Nicolás Maduro no poder", criticou o deputado. EFE