May reafirma compromisso de evitar criação de fronteira entre as Irlandas
Dublin, 5 fev (EFE).- A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, reafirmou nesta terça-feira o compromisso de conseguir um acordo do "Brexit" que evite uma nova fronteira entre as Irlandas.
As declarações foram feitas pela premiê no começo de uma visita de dois dias a Belfast, na Irlanda do Norte. May reforçou a promessa de que tentará renegociar o mecanismo de salvaguarda fronteiriça, também chamado de "backstop", principal obstáculo para que a Câmara dos Comuns aprove uma saída acordada da União Europeia (UE).
May garantiu que qualquer cenário depois do "Brexit" protegerá o acordo de paz assinado em 1998, pacto que encerrou décadas de conflito armado na Irlanda do Norte. Um dos pilares do texto é a "invisibilidade" da fronteira com a República da Irlanda.
Em discurso realizado em Belfast diante de uma plateia de empresários norte-irlandeses, May reconheceu que ela mesmo defendeu o "backstop" durante as negociações com o bloco europeu. No entanto, agora ela admite que o mecanismo é "inviável".
"Briguei duro para defendê-lo (o acordo) na sua forma atual. Acreditei que conseguiria o apoio majoritário da Câmara dos Comuns, mas tenho que aceitar o fato que não é assim e que a chave está em mudar o 'backstop'", disse May no discurso.
A primeira-ministra fica até amanhã na Irlanda do Norte, de onde parte para Bruxelas para tentar melhorar o acordo do "Brexit", assinado em novembro de 2018, mas negado pelos deputados britânicos em votação na Câmara dos Comuns no dia 15 de janeiro.
Os parlamentares pediram a May que obtenha concessões no "backstop", projetado para manter a fronteira entre as duas Irlandas abertas assim que o "Brexit" se concretizar.
"Sei que a possibilidade de mudar o 'backstop' e reabrir o acordo de saída gera ansiedade aqui na Irlanda do Norte e na Irlanda porque vocês sentirão mais as consequências", afirmou May.
O mecanismo estabelece que, caso não haja um acordo comercial entre UE e Reino Unido ao fim do período de transição do "Brexit", em dezembro de 2020, as partes ficarão em uma união aduaneira. A Irlanda do Norte, porém, teria um status especial, mais alinhado com o mercado único europeu.
Entre os críticos do "backstop" estão a ala mais nacionalista do Partido Conservador, liderado por May, e o Partido Democrático Unionista (DUP), da Irlanda do Norte, também aliado da premiê.
Os dois grupos consideram que o mecanismo compromete a integridade territorial e constitucional da Irlanda do Norte e da Grã-Bretanha, formada por Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Apesar das promessas de May, a Comissão Europeia já afirmou que não vai renegociar o acordo assinado em novembro de 2018. EFE
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