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Nazarbayev desmente planos de renúncia após consultar Conselho Constitucional

05/02/2019 15h54

Astana, 5 fev (EFE).- O presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, no poder desde antes da queda da União Soviética, desmentiu nesta terça-feira os rumores entre os cidadãos e a imprensa local de que planeja renunciar após realizar uma consulta sobre a cessação das faculdades do cargo com o Conselho Constitucional.

"O povo se interessa pelo tema das eleições, mas não se deve criar uma agitação em torno desse assunto", disse Nazarbayev, de 78 anos, em uma tentativa de acalmar os ânimos após perguntar ao órgão constitucional sobre os motivos que permitem ao chefe de Estado deixar a Presidência antes do fim do seu mandato.

O presidente cazaque, reeleito em 2015 para um novo mandato de cinco anos, teve que se dirigir à nação com um discurso transmitido pela televisão para descartar eleições antecipadas diante das especulações causadas por sua consulta.

"A Constituição outorga ao presidente o direito a convocar eleições antecipadas, mas isso (o exercício desse direito) não está previsto" no Cazaquistão, afirmou Nazarbayev, que pediu aos cazaques que "mantenham a calma e se dediquem às tarefas cotidianas".

O líder explicou que tinha formulado a "rotineira" pergunta ao Conselho Constitucional para saber o procedimento de renúncia do presidente, já que a Constituição do Cazaquistão, ao contrário da de outros países, não o estabelece.

"Dado que fui perguntado sobre, decidi também pedir o esclarecimento do Conselho Constitucional", disse Nazarbayev.

Segundo o analista cazaque Eduard Poleteyev, no momento é improvável que aconteçam eleições presidenciais antecipadas no Cazaquistão.

"É pouco provável que tenhamos eleições antecipadas, pois não há indícios para isso agora. As elites não querem que mude (o presidente), querem estabilidade", apontou.

Poleteyev lembrou que os rumores sobre eleições antecipadas surgiram com certa frequência nos últimos tempos, mas insistiu que até 2020 a vida política do país dificilmente terá mudanças radicais. EFE