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Acampamento com deslocados sírios recebe primeiro comboio de ajuda em 3 meses

06/02/2019 15h46

Beirute, 6 fev (EFE).- O Crescente Vermelho da Síria e a Organização das Nações Unidas (ONU) enviaram nesta quarta-feira um grande comboio de ajuda humanitária ao acampamento de deslocados de Rukban, situado na fronteira com a Jordânia e que não recebia entregas há três meses.

Conforme um comunicado do Crescente Vermelho da Síria, 133 caminhões partiram para o local onde 40 mil pessoas vivem "em condições desesperadoras". A organização afirmou que este é o "maior comboio humanitário" já enviado a Rukban e nele há comida, remédios, roupas infantis e outros artigos de primeira necessidade.

Além disso, o Crescente Vermelho fará uma campanha de vacinação para imunizar crianças contra sarampo, poliomielite, tuberculose e hepatite, de acordo com a nota. A equipe do Crescente Vermelho enviada a Rukban tem 146 voluntários e eles ficarão no acampamento informal por sete dias.

Este é o primeiro comboio humanitário enviado a Rukban desde 3 de novembro, depois de semanas de pedidos para que as autoridades sírias permitassem o acesso da ajuda humanitária aos civis. O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, informou na semana passada que recebeu o sinal verde do Ministério de Relações Exteriores da Síria, além dos das forças da Rússia, aliada do governo em Damasco, e da coalizão internacional.

O campo de deslocados fica em uma região desértica controlada por tropas americanas na fronteira com a Jordânia e a poucos quilômetros da fronteira com o Iraque. Lowcock disse que ficou acertado o estabelecimento de uma zona neutra de cinco quilômetros entre o comboio e os grupos armados presentes na região para garantir a segurança.

A Jordânia impede o acesso ao campo a partir do seu território desde 2016, por causa de um atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico no qual sete soldados jordanianos morreram.

As organizações humanitárias denunciaram várias vezes as muito difíceis condições nas quais os deslocados em Rukban vivem, por conta da proibição de acesso imposta pelo Exército jordaniano e pelas restrições colocadas pelo governo sírio. Em 15 de janeiro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou que pelo menos oito crianças, a maioria com menos de um ano, tinham morrido no campo de Rukban em um mês por causa das temperaturas baixas e da falta de assistência médica. EFE