CICV confirma que não participa de operação humanitária anunciada por Guaidó
Genebra, 6 fev (EFE).- O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Peter Maurer, confirmou nesta quarta-feira que a entidade não participa da operação humanitária anunciada pelo líder da Assembleia Nacional (AN, Parlamento) e autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que disse que esta chegará à fronteira com a Colômbia.
"Neste momento nossa ajuda é ao governo colombiano e aos dos países vizinhos para que enfrentem o fluxo migratório", esclareceu o responsável pela organização.
Sobre o risco de manipulação política da ajuda humanitária, Maurer disse que se trata de uma preocupação permanente para a sua organização, que promove uma assistência "neutra e imparcial" aos necessitados.
"Isso significa ajudar em função das necessidades e não de lealdades políticas a alguma das partes em um conflito", explicou.
Nesse sentido, Maurer acrescentou que sua organização não trabalha diretamente com atividades desenvolvidas pelo governo de Nicolás Maduro nem pela oposição.
O aumento das necessidades humanitárias na Venezuela levou o CICV a dobrar o orçamento destinado a este país, que passou de US$ 9 milhões em 2018 para US$ 18 milhões.
"Nosso objetivo é aumentar o espaço humanitário na Venezuela porque acreditamos que há necessidades enormes que não estão cobertas e para isso devemos aumentar o nosso trabalho", comentou Maurer durante uma entrevista coletiva na qual abordou vários assuntos.
A organização concentra atualmente seus esforços dentro da Venezuela no setor da saúde, no qual colabora com a Sociedade Nacional da Cruz Vermelha Venezuelana.
"É uma operação que está crescendo e a nossa preocupação é, por um lado, aumentar a nossa ajuda aos venezuelanos e, por outro, nos mantermos à margem das controvérsias e das divisões políticas que são caraterísticas a esta crise", disse Maurer.
Na Venezuela, o CICV conta com um quadro de 60 funcionários, dos quais 17 são estrangeiros, mas com o aumento de recursos espera-se que sua equipe no país aumente.
O CICV é a maior organização humanitária do mundo, com empregados em 80 países que trabalham sob o princípio da neutralidade, o que lhe permite estar presente em zonas de conflito ao contar com a confiança das diferentes partes beligerantes. EFE
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