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Irã afirma que "EUA apoiam ditadores, carniceiros e extremistas"

06/02/2019 08h14

Teerã, 6 fev (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, denunciou nesta quarta-feira que os Estados Unidos apoiam "ditadores, carniceiros e extremistas", em resposta às acusações do presidente americano, Donald Trump.

"A hostilidade dos EUA o levou a apoiar os ditadores, carniceiros e extremistas, que só trouxeram ruína à nossa região", escreveu Zarif na sua conta oficial do Twitter.

Trump defendeu ontem durante seu discurso anual sobre o Estado da União diante do Congresso americano "as sanções mais duras já impostas a um país" (Irã) e sua decisão de deixar o acordo nuclear de 2015 com esse Estado porque, na sua opinião, Teerã é "o principal patrocinador estatal do terrorismo".

"Não desviaremos nossos olhos de um regime que canta a morte aos EUA e ameaça o genocídio contra o povo judeu", afirmou Trump, que qualificou o regime iraniano de "ditadura corrupta".

Com relação aos judeus, o chefe da diplomacia iraniana ressaltou que "os iranianos, incluídos nossos compatriotas judeus, estão lembrando os 40 anos de progresso apesar da pressão dos EUA".

O Irã lembra na próxima segunda-feira, 11 de fevereiro, o 40° aniversário do triunfo da Revolução Islâmica em 1979, que depôs a monarquia dos Pahlavi, muito vinculada aos EUA, e instaurou um sistema islâmico no país.

Neste tipo de celebrações, as palavras de ordem mais gritadas pelos presentes são "Morte aos EUA" e "Morte a Israel".

O presidente iraniano, Hassan Rohani, também se dirigiu ontem a Trump para recordá-lo que a época na qual os EUA dominavam o Irã terminou.

"O senhor acredita que o Irã é uma ferramenta através da qual pode governar. Essa Era terminou", disse Rohani, que criticou os distintos períodos de sanções e embargos sofridos pelo seu país.

Os EUA voltaram a impor sanções econômicas ao Irã no ano passado após se retirar do pacto nuclear de 2015 com o país, assinado também pela Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha. EFE