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Opositor denuncia bloqueio militar de ponte entre Colômbia e Venezuela

06/02/2019 14h27

Caracas, 6 fev (EFE).- O exército da Venezuela mantém bloqueada a ponte fronteiriça de Tienditas, que liga o país com a Colômbia, uma moderna infraestrutura que ainda não foi inaugurada e por onde espera-se que entre ajuda humanitária, denunciou nesta quarta-feira o deputado opositor Franklyn Duarte.

"O que está bloqueando (...) a ponte Tienditas, por onde eles (os militares) presumem que vai passar a ajuda humanitária, é um caminhão-tanque, um container, e chegou na madrugada de hoje um comboio das Forças Armadas", disse Duarte à Agência Efe.

A ponte de Tienditas une a colombiana cidade de Cúcuta com a venezuelana de Ureña, no estado Táchira, e é uma das promessas da integração entre os dois países.

Duarte, parlamentar por Táchira, afirmou que o bloqueio é uma ordem do governante Nicolás Maduro e do ministro de Defesa, Vladimir Padrino López.

Além disso, publicou no Twitter uma imagem na qual é possível observar um veículo militar sobre uma ponte.

"Posso assegurar que estes militares que estão ali, e muitos outros que estão em diferentes comandos, necessitam de ajuda humanitária para eles e para familiares. Vamos ver se vão proibir a entrada de remédios e alimentos. Atento sem cair em desespero", diz a mensagem que acompanha a foto.

Além disso, não duvidou em afirmar que embora o Governo coloque até um "muro de concreto em toda" a fronteira de Táchira, a ajuda humanitária ingressará na Venezuela, um país imerso em uma grave crise econômica que provocou escassez de remédios e alimentos.

O mesmo deputado tinha dito na noite da terça-feira que as remédios e insumos não serão entregues na ponte a cidadãos normais e pediu que fiquem atentos à informação oferecida pelo chefe do Parlamento, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente encarregado.

A ajuda humanitária para a Venezuela foi solicitada pelo chefe do Parlamento, apesar da recusa do Governo de Nicolás Maduro que assegura que isto pode dar passagem a uma invasão estrangeira.

Embora ainda não esteja claro como este apoio vai entrar na Venezuela, o Parlamento opositor já informou que haverá um centro de coleta em Cúcuta, onde um grupo de venezuelanos se apostaram durante na terça-feira.

Segundo explicou a Câmara, no Brasil e em uma ilha do Caribe, que ainda não precisou, também haverão outros centros de coleta para esta ajuda que provém de empresas de capital venezuelano no exterior, assim como da Colômbia e dos Estados Unidos. EFE