Outras duas mulheres afirmam ter sofrido abusos de Nobel da Paz Óscar Arias
San José, 6 fev (EFE).- Duas mulheres afirmaram ter sido vítimas de abusos sexuais por parte do ex-presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz (1987), Óscar Arias, que na segunda-feira foi denunciado diante da Promotoria por um estupro que teria ocorrido em dezembro de 2014.
Os casos revelados nas últimas horas são o da jornalista costa-riquenha Eleonora Nono Antillón, cujo testemunho foi publicado no jornal "La Nación", e o de Emma Daly, diretora de comunicações da organização Human Rights Watch, que denunciou seu caso ao "The Washington Post".
Daly contou ao "The Washington Post" que em 1990, em um hotel de Manágua, se aproximou do político para fazer uma pergunta e ao invés de responder, Arias tocou em seus seios e disse: "Não está usando sutiã".
A mulher, que nesse tempo trabalhava como jornalista para um jornal costa-riquenho em inglês "The Tico Times", confirmou o caso no Twitter e comentou na reportagem que não apresentou uma denúncia formal contra Arias porque considerava que para a época esse tipo de comportamento era comum na América Central.
A terceira denúncia revelada é a da também jornalista Nono Antillón, que assegura que o fato ocorreu em 1986, quando tinha 25 anos e trabalhava como assessora de imprensa de Arias na campanha para as eleições presidenciais desse ano.
"Estava sentada diante de uma escrivaninha, ele se aproximou, pegou minha mão e a colocou em seu pênis que estava ereto. Eu o empurrei e fiquei de pé e ele se lançou em cima de mim. Me pegou pelos ombros, me atirou contra um guarda roupa e começou a me tocar repetidamente", relatou Antillón ao jornal.
A comunicadora disse que a partir de então não voltou a aceitar ficar sozinha com Arias, que ganhou as eleições e em 1987 foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz por ser o artífice do Plano de Paz da América Central.
Com estes dois testemunhos, já são três as mulheres que afirmam terem sido vítimas do ex-presidente da Costa Rica e o político mais reconhecido do país por décadas.
A primeira foi uma médica e ativista de uma ONG pelo desarmamento nuclear, que na segunda-feira denunciou Arias diante da Promotoria por um abuso que teria ocorrido em dezembro de 2014 quando ela se reuniu com Arias em busca de apoio para a causa de sua organização.
Este caso foi revelado na terça-feira pelo "Semanário Universidad", que em sua reportagem inclui extratos da denúncia e uma entrevista com a mulher, cuja identidade não foi revelada, apenas detalhes como que é filha de uma ex-deputada do mesmo partido de Arias.
O relato da mulher, que no momento dos fatos tinha 30 anos de idade, afirma que Arias tocou em seus seios, a beijou e introduziu os dedos em sua vagina, apesar de que ela ter pedido para ele parar.
Segundo a denunciante, Arias, presidente em dois períodos (1986-1990 e 2006-2010), saiu do escritório no qual estavam e pediu que fossem para outro lugar, momento que ela aproveitou para ir embora do local. EFE
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