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Desigualdade, clima, segurança, tecnologia e África: o menu francês para o G7

07/02/2019 19h19

Paris, 7 fev (EFE).- A cúpula do G7 que a França organizará em agosto em Biarritz, no sudoeste do país, terá como eixo principal a luta contra a desigualdade, mas também abordará a mudança climática, a segurança, as novas tecnologias e a problemática da África.

Fontes do Palácio do Eliseu, a sede da presidência francesa, explicaram nesta quinta-feira à imprensa que o presidente, Emmanuel Macron, deseja que o fio condutor do G7 e das reuniões ministeriais preparatórias sejam as desigualdades, tanto as causadas pela globalização como as que subsistem entre homens e mulheres.

No entanto, as fontes desvincularam a escolha do tema com a eclosão dos protestos dos "coletes amarelos", já que estes começaram em novembro e Macron tinha manifestado em várias ocasiões anteriores sua intenção de focar o G7 nessa questão.

"Trata-se de uma análise que Macron fez: há uma parte dos trabalhadores e das classes médias que não se sentem partícipes dos benefícios da abertura comercial e do progresso tecnológico", enfatizaram as fontes.

O Palácio do Eliseu considera que, longe de diminuir, a desigualdade começou a aumentar nos últimos anos.

Além disso, essa luta deve ser "uma fonte de inspiração para reformar o sistema multilateral", e tanto o G7 como o G20 devem demonstrar que podem se adaptar.

Nas sessões preparatórias, que começarão em abril com uma reunião conjunta dos ministros de Relações Exteriores e de Interior, a França colocará ênfase na desigualdade no acesso à educação, especialmente das meninas, e na disponibilidade de atendimento médico primário.

A respeito do meio ambiente, a França, que ocupa a presidência rotativa do G7, concentrará seus esforços na biodiversidade, especialmente nos mares, uma das razões pelas quais foi escolhido um lugar litorâneo como Biarritz para a cúpula.

Os sete países - França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Estados Unidos, Canadá e Japão - abordarão a luta contra o financiamento do terrorismo e o retorno dos extremistas que combatem no exterior dentro de suas discussões sobre segurança, e também formarão um grupo internacional de especialistas em inteligência artificial.

Por fim, Paris colocou a África como uma das suas prioridades, com foco em seu desenvolvimento econômico, no apoio às mulheres empresárias e na geração de emprego para os jovens.

As fontes do Palácio do Eliseu indicaram que, como novidade, determinados países serão convidados para as reuniões preparatórias em função do tema que será abordado, assim como à cúpula em si, desde o início, em 24 de agosto, até seu fim, dois dias mais tarde.

Ao serem consultadas pela Agência Efe, as fontes reconheceram que contemplam uma eventual manifestação por parte dos independentistas bascos, que se aproveitariam do fato de que a cúpula será realizada no País Basco francês.

"Temos experiência de que essas reuniões atraem certa mobilização, em cada lugar com suas particularidades. Certamente que estamos atentos ao que acontece nesse território. (Biarritz) é uma escolha importante", explicaram as fontes.

A última vez que a França organizou uma cúpula do G7 foi no balneário de Deauville, na Normandia, sob a presidência de Nicolas Sarkozy, com a "luta pela democracia" como lema do encontro. EFE